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Enviada em: 17/03/2019

Os museus modernos foram criados no século XVII, nos Estados Unidos, pela Universidade de Oxford. No Brasil, a ideia de preservar a história por meio de museus surgiu em 1862, com a criação do Museu Arqueológico e Geográfico de Pernambuco. Contudo, cerca de 160 anos depois, o Brasil vive um momento de desvalorização do Patrimônio Histórico Cultural, com milhares de peças sendo deterioradas anualmente. Em razão disso, deve-se analisar como a irresponsabilidade governamental, bem como a herança histórico-cultural influenciam na problemática da questão.       A priori, é necessária uma análise da Lei Rouanet, lei que é responsável pelo destino de verbas para a cultura no Brasil. Em 2018, mais de 1,2 bilhões foram destinados à lei cultural, porém, apenas 25% foi destinado a acervos e museus históricos, segundo O Globo. Nesse sentido, é visível a irresponsabilidade do Estado na gestão dos valores, pois destina a maior parte a instituições ou pessoas que tem condições de financiar seus próprios empreendimentos. Um exemplo disso é a cantora Cláudia Leitte, a qual recebeu 2 milhões para a realização de um novo DVD. Tal valor seria suficiente para evitar o incêndio que afetou o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, episódio no qual foram perdidos mais de 20 milhões de itens históricos.       Somado a isso, há uma desvalorização do passado no Brasil. No Japão, os idosos são sinônimo de experiência e conhecimento, sendo, portanto, extremamente valorizados. Em contrapartida, no Brasil, os velhos são vistos como obsoletos e ultrapassados. Tal cenário reflete-se também no patrimônio histórico brasileiro, o qual é ignorado pela população, fato comprovado pela pesquisa do UOL, que mostrou que 70% da população nunca visitou um museu.       Segundo Gandhi, o futuro depende daquilo que fazemos no presente. Logo, é necessário medidas que alterem a cultura da desvalorização do passado, como a introdução de uma nova disciplina nos currículos dos ensinos infantil e fundamental, chamada de Aplicação da Cultura, para que se formem adultos que apreciem e respeitem a história. Outra medida paliativa cabe ao Poder Legislativo, o qual deve propor uma emenda a Lei Rouanet, a qual garantiria que pelo menos 70% dos recursos fossem destinados a instituições sem lucro, visando assegurar que museus, acervos tenham finanças para manterem-se funcionando de forma segura. Por fim, cabe a própria mídia criar propagandas, introduzir em novelas e em séries a ideia da valorização do legado histórico, para que, assim, museus sejam mais valorizados e visitados.