Materiais:
Enviada em: 21/03/2019

" Saio da vida para entrar na história" declarou Getúlio Vargas em sua carta de despedida, analogamente, os acontecimentos passados que fundam, descrevem, representam e constituem a formação da identidade cultural e nacional brasileira devem ser mantidos como memória nos patrimônios históricos. Entretanto, a inadvertência da sociedade e o menoscabo de políticas governamentais ameaçam a segurança desses locais.        Primeiramente, é incontrovertível que a falta de manutenção por parte do Estado corrobora com o atual cenário de perda dos patrimônios culturais. Nesse sentido, somente na última década houve a perda de oito instituições de preservação cultural causada por incêndios devido à falta de manutenção na infraestrutura desses acervos, dentre eles destaca-se o Museu Nacional que durante a queima não continha extintores para combater as chamas. Além disso, o IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) instituição responsável pela gestão e proteção dos patrimônios culturais, falha na agilização dos processos de tombamento, que garante legalmente o reconhecimento e preservação desses lugares.        Outrossim, desde a época de colonização do Brasil, em que se tinha uma visão eurocêntrica e a desvalorização dos povos indígenas, a sociedade brasileira mantém em suas raízes a supervalorização do exterior, corroborando na dificuldade de formação de um sentimento nacional. Dessa forma, como defende o filósofo John Locke, o homem nasce como um papel em branco e suas vivências definem o seu caráter, logo, é de suma importância que haja um reconhecimento e ensinamento da importância da história nacional nas escolas, a fim de evitar a desvalorização da memória e formação da identidade nacional.        Portanto, esses imbróglios concomitantes geram perdas irreparáveis de documentos valiosos para o país e a população brasileira devido à não preservação. Cabe ao Ministério da Educação inserir na base curricular nacional projetos de seminários e matérias que visem a valorização da cultura brasileira de modo a construir a consciência hoje defasada acerca da memória nacional. O IPHAN por sua vez deve acelerar os processos de tombamento desses patrimônios e juntamente com o poder Legislativo elaborar leis que de fato garantam a disponibilidade de verbas para a manutenção e preservação desses espaços a fim de minimizar tragédias como incêndios e depredações.