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Enviada em: 21/03/2019

Em setembro de 2018, os brasileiros presenciavam a extinção dos recursos culturais que remontam suas origens. Perdera-se um imenso acervo histórico e cultural que contava a história dessa Terra, e construía a identidade do povo, o museu nacional do Rio de Janeiro fora vítima da negligência do poder público. Torna-se evidente, por meio desta tragédia, que as prioridades políticas não incluem a valorização cultural e histórica da nação,sendo consequência da má gerência política e da constituição de uma sociedade cúmplice.   A ingerência das autoridades constituintes que mais estão interessadas em lucrar a partir da população em detrimento do fornecimento do bem comum e da proteção e preservação dos indivíduos, de um serviço de qualidade em todos os setores sociais: saúde, educação, segurança, cultura ou arte, consequentemente, destroem as condições de existência de um povo, seus apegos afetivos e suas memórias. Sejam elas lembranças da construção do indivíduo, ou da formação e constituição de uma sociedade e mais ainda da gestação de uma nação. A desaplicação de recursos na renovação, inovação, defesa e precaução dos patrimônios que a pátria usufrui destina os mesmos à degeneração, ou seja, ao esquecimento do passado.   Para Hegel, filósofo, o Estado é reflexo do homem, ou seja, antes que este seja corrupto, a comunidade é. Trata-se de uma característica que precede e influencia  os detentores do poder. Tem- se um parlamento desonesto porque temos uma sociedade desonesta. E nesse contexto se enquadra o corpo social vigente no Brasil, a ausência de uma decisão política voltada para o bem comum é cúmplice das atrocidades praticadas pelas três supremacias governantes, legislativo, executivo e judiciário. Sem o desenvolvimento de uma noção coletiva e individual crítica, enquanto a individualidade, o egoísmo estiverem a frente do benefício coletivo o mando está fadado a pertencer à indivíduos de iguais aspectos.   Seguindo este viés, é nítida a necessidade de uma relação de transparência entre os dirigentes e o povo, para que se possa melhor dar condições de boa convivência comunitária e dirigir os investimentos públicos àquilo que deseja-se zelar. Paralelo a isto o poder executivo pode intervir, por meio do ministério da cultura, para acompanhar de perto e atender as necessidades dos patrimônios que solicitarem sua assistência e ainda na realização de atividades voltadas para a juventude, em escolas com a finalidade de despertar a valorização destes instrumentos culturais e representativos.