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Enviada em: 18/04/2019

O futurismo, movimento vanguardista, liderado por Fellipo Marinetti, exaltava o mundo moderno e suas invenções, assumia uma postura agressiva com os objetos do passado e pregava a destruição de museus e bibliotecas. De maneira análoga, parcela dos brasileiros, e também o Poder Público, não valoriza o patrimônio brasileiro, o que representa ameaça para sua preservação.       Convém ressaltar, a princípio, que a sociedade se tornou alheia ao sentimento de pertencimento e identificação cultural. Consoante ao pensamento do conservador irlandês Edmund Burke, a sociedade é formada por nossos antepassados, nossa geração e nossos descendentes, assim, segundo ele, não se pode desprezar aquilo que o ser humano construiu no passado. Em contrapartida, a sociedade pós-moderna e massificada é caracterizada pela indiferença com a sua cultura originária. Com efeito, o desdém às suas raízes socioculturais representa perda de identidade e abre espaço para a sobreposição do discurso dominante.       Ademais, a inércia estatal representa ameaça indireta para a preservação do patrimônio. Durante a gestão varguista, foi criado o  IPHAN para fortalecer o sentimento nacionalista que, as vistas do governo Getúlio, era chave para a construção do ideário brasileiro. De forma inversa a essa menção, o incêndio no Museu Nacional no final de 2018, pôs em xeque um problema hodierno até então silenciado, o desprezo governamental. Nesse sentido, a tragédia ocorrida ratifica os ínfimos esforços do Poder Público no que tange a valoração de memórias da pátria.       Fica claro, portanto, a carência de valor e de cuidados vivenciada pelo patrimônio deste país e a necessidade de mitigar esta chaga social. Para esse fim, a comunidade escolar, em parceria com a sociedade, deve firmar projetos na área de ciências humanas, e por meio da educação lúdica, induzir o protagonismo infantil, com  vistas a construção de uma geração que zele pelo seu patrimônio. Desse maneira, poderá existir uma época em que pensar no futuro não significa esquecer e destruir o passado.