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Enviada em: 22/06/2019

No livro “Fahrenheit 451” de Ray Bradbury é contada a história de Guy Montag, personagem cujo trabalho é queimar livros para impedir a população de ter acesso à história e ao modo como viviam as geração passadas. De maneira análoga, tal cenário de negligência com o passado histórico vem se assemelhando a situação em que se encontram os patrimônios históricos culturais brasileiros, enfrentando problemas como a desinformação da sociedade sobre a questão e o descaso governamental.    Em primeiro lugar, cabe pontuar o pensamento do filósofo e educador Paulo Freire, no qual a educação é a principal responsável na formação e transformação social. Nesse viés, é notório que o sistema educacional é falho, visto que pouco se fala nas escolas sobre a importância do patrimônio material e imaterial para a identidade brasileira. Desse modo, cria-se uma sociedade onde não há conhecimento suficiente dos patrimônios culturais, configurando uma lacuna na formação educacional dos cidadãos, que ficam alheios ao assunto.    Outrossim, a omissão governamental apresenta-se como outro fator preponderante na questão da preservação do patrimônio histórico. Em 2018, um incêndio destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde foram perdidos acervos e pesquisas de 200 anos da instituição, que já vivia uma situação de abandono e de falta de recursos. Dessa forma, comprova-se o descaso do Poder Público com a proteção dos patrimônios nacionais, levando a perdas importantes de representações físicas da memória histórica e cultural brasileira.    Diante do exposto, fazem-se necessárias medidas para reverter esse quadro. Urge que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) seja mais ativo na preservação e fiscalização das condições dos bens históricos brasileiros, com o intuito de conservar tais patrimônios e garantir sua continuidade para as futuras gerações. Ademais, cabe as instituições escolares fomentar o ensino sobre os patrimônios históricos, por meio de aulas e visitações aos prédios e monumentos históricos, com o objetivo de aproximar a população de sua identidade cultural e promover sua valorização. Dessa maneira, a memória histórica não será perdida, como no livro de Ray Bradbury.