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Enviada em: 16/04/2019

O incêndio na biblioteca de Alexandria durante a guerra civil romana, no século IV, foi um famigerado evento que culminou na perda de um imensurável acervo de conhecimento antrópico. Similar a isso, o recente abrasamento do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, trouxe à tona a questão acerca dos cuidados com o patrimônio histórico brasileiro. Tal cenário é agravado pela ineficiente inclusão da sociedade na causa. Desse modo, é premente analisar os principais impactos dessa problemática: raso engajamento da comunidade e abandono literal dos objetos que representam a identidade cultural.      Em primeiro plano, o conceito vulgar de patrimônio histórico remete a velhos prédios seculares. Porém, a verdade é que edifícios antigos possuem um valor que pode ser reconhecido e reivindicado por qualquer cidadão, e isso não é exposto. Nesse sentido, a ação tomada para a preservação deve ser em decorrência da importância do monumento na produção de conhecimento, arte e formação acadêmica, além de sua influência na vida as pessoas no decorrer dos anos. Consoante ao pensamento de Edmund Burke, teórico político inglês, permitir o indivíduo estar alheio ao seu dever de zelador e de estar ciente sobre o próprio passado, é condená-lo a repetir erros pretéritos.       Em segundo plano, é bem verdade que nas capitais as atividades envolvendo acervos sejam corriqueiras. Por outro lado, nas cidades do interior há menor promoção de eventos nesse aspecto. Por essa razão, a indiligência com os espaços preconiza o abandono e consequente deterioração  pela falta de atividades regulares. Nesse contexto, poucos deles são ensejados ao público mais jovem em idade escolar, o que é outro fator limitante para mitigar o problema.       Torna-se claro, portanto, que a instrumentalização dos cuidados depende do reconhecimento do brasileiro como protagonista na defesa da história de seu país. Por esse viés, impende que secretarias de educação dos estados e municípios apresentem projetos de incorporação de excursões escolares periódicas, na rede pública, para a visita de bens públicos tombados. Ainda com o auxílio da autarquia federal IPHAN, a realização de concursos, entre estudantes, que premiem ideias visadas à valorização e conservação desses objetos nas pequenas cidades do país. O objetivo é integrar as pessoas e elucidá-las desde cedo que seu papel é o mais importante.