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Enviada em: 07/04/2019

A Biblioteca de Alexandria, fértil berçário egípcio para as mais importantes obras da Antiguidade Clássica, foi incendiada durante a guerra civil romana, no ano 48 a.C. Um descaso como esse é, infelizmente, uma série de episódios que acompanha o andar da História. Assim, preservar o Patrimônio histórico cultural nacional é dever de todos, uma vez que é vital para o conhecimento sobre o passado e para as pesquisas no futuro.   A princípio, é importante entender que uma nação é construída com base no seu passado histórico, nas suas revoltas e revoluções, ou seja, naquilo que fortacele um povo. O descaso com a própria identidade é algo preocupante e presente no Brasil, fato que desencadeou o incêndio no Museu Nacional, em 2018, ao qual Jonathan Watts, jornalista britânico, compara: "é como se tivessem queimado o Palácio de Buckingham e o Museu Britânico." Ou seja, tragédias como essa despem o país e deixam-no em carne viva, virando as costas tanto para a memória nacional quanto para a dívida política.   Além disso, o patrimônio também guarda a identidade cultural, as manifestações artísticas, sociais que desenham os traços da face brasileira. "Um povo sem memória é um povo sem história, sem cultura. E esse povo está fadado a cometer os mesmos erros do passado", disse Emília Viotti da Costa, antropóloga brasileira, representando a necessidade de um maior cuidado com a memória da nação. Dessa forma, preservar o patrimônio histórico cultural nacional transcende de apenas uma obrigação jurídica para uma necessidade de manter viva a identidade de um povo e garantir sua propagação ao longo de toda a geração brasileira.    Portanto, o Estado deve se comprometer com a preservação da memória brasileira, por meio de maiores investimentos no campo histórico e cultural, preservando os patrimônios materiais e imateriais, promovendo o uso do espaço e recursos para pesquisas acadêmicas, a fim de enriquecer o conhecimento sobre o passado e dar mais valor para a identidade nacional. Também é importante o engajamento das escolas no estímulo pelo aprendizado da história e da ciência, através de palestras, excursões aos patrimônios e atividades lúdicas, como dança e teatro, com o objetivo de gerar interesse e respeito acerca da memória nacional. Dessa forma, será possível preservar o Patrimônio brasileiro e impedir que reencenações do desastre de Alexandria continuem a se propagar pelo país.