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Enviada em: 10/04/2019

O patrimônio histórico cultural de um país desempenha funções educacionais, científicas ou econômicas e sua preservação é a forma de garantir a História da comunidade. No Brasil, nota-se um imenso descompromisso, principalmente por parte do governo federal, com a identidade nacional, que se apresenta notória nos registros de acidentes que contribuem para o gradual desaparecimento da cultura material da nação.   Sobretudo, o desamparo do patrimônio histórico cultural no Brasil é resultado da negligência do passado. Em razão da falta de conhecimento de História e das artes brasileiras e do pensamento que o país possui um passado vergonhoso, a maioria da população demonstra sentimento de repúdio aos relatos biográficos e às manifestações artísticas nacionais. Estas, abandonadas à deriva do esquecimento, visto que não recebem quase nenhum incentivo e atenção provenientes do Estado. Desta forma, os sujeitos procuram se apegar a culturas estrangeiras e contribuem para o crescente desdém à própria identidade. Quando outro país expressa valorização e interesse pela preservação de uma respectiva exibição cultural,  observa-se a admiração dos brasileiros a esse gesto e seu lamento à aparente e equivocada falta de importância do Brasil no cenário da cultura. Assim, o foco torna-se exterior e desleixo local permanece.   Consequentemente, um patrimônio histórico cultural tomado pela decadência compromete o desenvolvimento científico, humano e econômico do país. Diversos museus no Brasil têm sido vítimas do descaso do povo, evidenciado, por exemplo, pelos incêndios que ocorreram em 2015, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e em 2018, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O último, completara 200 anos de história e possuía mais de 20 milhões de itens. Tais ocorrências devastaram uma grande e irrecuperável quantidade de materiais de utilidade para pesquisas e, portanto, para a educação e o aprendizado, bem como reduziram mais ainda as possibilidades de rendimento com o turismo brasileiro. Avanços, relevantes para o país, que ficam contidos em razão da escassez de cuidados e reféns da precarização.    Diante do exposto, urge que medidas governamentais sejam tomadas com a finalidade de estruturar a confiança e a identidade nacionais. Para a melhor organização de espaços como bibliotecas e museus, grandes empresas devem destinar verba à elaboração de projetos culturais, por meio de parcelas do imposto de renda. Ademais, o Poder Executivo e o Ministério da Educação e Cultura devem divulgar a arte e os artistas nacionais nas mídias e em palestras escolares, para pôr reconhecimento nas diversas expressões culturais que existem no Brasil e prevenir o breve desaparecimento do patrimônio.