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Enviada em: 11/04/2019

Foi em 6 de junho de 1818 que Dom João, de passagem pelo Brasil, criou o Museu Nacional, na época chamado de Museu Real. Lá encontravam-se cerca de 20 milhões de itens, dentre eles o fóssil mais antigo das Américas, a Lusia. No entanto, em 2018, as chamas de um grande incêndio destruíram uma parte importante dessa coleção erguida durante 200 anos. Isso aconteceu devido à falta de incentivos governamentais para mantê-lo e o pouco conhecimento da população sobre a sua existência. Nesse contexto, não há dúvidas de que a desvalorização do patrimônio histórico e cultural é um desafio no Brasil.       Sem dúvida, a falta de políticas públicas de conservação dos museus é um problema. Segundo a constituição brasileira, é dever do estado garantir a manutenção e preservação do patrimônio histórico e cultural do país. Mas, na prática, o que se vê é exatamente o oposto. No museu nacional, por exemplo, era fácil encontrar fios soltos pelo chão, parede rachada e hidrantes fora de funcionamento. De acordo com as ideias de John Locke, essa situação configura-se como violação do ¨contrato social¨, já que o estado não cumpre sua função de garantir a aplicação de leis previstas.        Ademais,o desconhecimento da população sobre o patrimônio histórico e cultural também compactua com a perpetuação desse dilema. Segundo Walter Benjamin, ¨A aura da originalidade se perdeu na era da reprodutibilidade¨. Ou seja, com os avanços tecnológicos, é possível fazer um tour virtual por qualquer museu sem precisar sair de casa. Mas, isso prejudica profundamente a preservação do patrimônio brasileiro, uma vez que grande parte da população ao ver as imagens das obras em casa, deixa de ir à exposição e compactua com o desconhecimento.       Portanto, para resolver o problema é preciso que o Ministério da Cultura promova a divulgação do patrimônio histórico e cultural brasileiro por meio de propagandas que mostrem a importância do conhecimento da história do país porque se houver discernimento da população sobre o patrimônio, talvez o governo passe a destinar verba para sua manutenção.