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Enviada em: 15/04/2019

É inegável que o incêndio ocorrido no Museu Nacional em 2018 causou uma perda inestimável para a cultura brasileira e portuguesa, já que parte do acervo era constituído por itens trazidos pela corte portuguesa em 1808. Tal fato ocasionou comoção social, causando sentimento de luto por todo o país. Nesse contexto, há questões importantes que precisam ser avaliadas: o descaso público perante os patrimônios históricos culturais e a importância desses patrimônios para a construção da identidade cultural do Brasil.  Em primeira análise, vê-se com frequência, casos de prédios e casas da época colonial sendo transformados em estacionamentos de construções modernas ou simplesmente sendo abandonadas no tempo, se deteriorando por ações exógenas ou por ações humanas, como pichações ou vandalismos. Em todo o país encontram-se traços da colonização, cada região com sua característica herdada pelos colonizadores oriundos de várias partes da Europa. Infelizmente, o que se encontra também, são prefeituras e outros órgãos públicos se desfazendo de bens históricos com o intuito de retorno financeiro, casas coloniais sendo derrubadas para a construção de prédios habitacionais, por exemplo.  Em segundo lugar, o Brasil passou por um longo processo de colonização. Nessa época, o governo incentivou a vinda de imigrantes com a promessa de ascensão social, distribuindo terras e auxílios financeiros. Isso fez com que uma variedade muito grande de imigrantes viessem para trabalham no Brasil, cada qual, com sua singularidade, trazendo consigo sua cultura e modo de viver. Podemos ver essas características na arquitetura, dialeto, comida típica e cultura de cada região. Por isso, cada detalhe arquitetônico conta a história da cidade/região, justificando sua identidade hodierna.  Fica claro, portanto, a necessidade de maiores investimentos, no que tange à cultura popular, por meio do Ministério da Cultura juntamente com o Poder Legislativo, com a criação de novas leis preservando patrimônios históricos culturais, impondo multas para quem contrariar as decisões legais. Além disso, a educação do cidadão se faz necessário para contribuir na preservação histórica. Feiras escolares e exposições de instrumentos e objetos antigos contando as características da época, auxiliam no interesse do aluno pela história. Essas são medidas que tornam o cidadão mais consciente no que remete à preservação do patrimônio histórico cultural brasileiro. Evitando assim, casos de negligência como ocorreu no Museu Nacional em 2018.