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Enviada em: 17/04/2019

"No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho. Nesses versos de Drummond, a pedra simboliza as dificuldades, os obstáculos que existem na vida das pessoas e da sociedade. Atualmente, um desses desafios enfrentados pelo Brasil é a preservação e valorização dos patrimônios históricos e culturais do país. Entre as causas da mazela, estão a falta de verbas destinadas à preservação e a mudança culltural da sociedade.       Em primeiro plano, convém ressaltar que as verbas públicas destinas à preservação dos museus, principais centros de patrimônios históricos e culturais, é insuficiente. Sem dinheiro, não há como os estabelecimentos promoverem um local seguro e que satisfaça os requisitos necessários para uma boa preservação dos objetos que fizeram e fazem parte da história e da cultura, tanto nacional como mundial. Por consequência disso, casos de destruição de bibliotecas, prédios históricos e museus, tornam-se comuns no dia a dia brasileiro, não havendo como reverter a situação depois de iniciada, como ocorrido em 2018 com o Museu Nacional, o qual pegou fogo e acarretou numa perda cultural e histórica gigantesca.       Sob esse viés, é perceptível que o cuidado com os patrimônios brasileiros está em detrimento de outros fins. Isso ocorre porque houve uma inversão dos valores culturais da sociedade, na qual são gastos bilhões de reais para a construção de estádios de futebol enquanto museus e estabelecimentos similares  carecem de verbas para se manterem. Devido a essa inversão, o homem acaba cada vez menos conhecendo o seu passado, o que, segundo George Santayana, o condena a repetir os erros já cometidos por si em outra época.       Diante desse cenário, é necessário que as pedras para a preservação e valorização dos patrimônios históricos e culturais sejam superadas. Para isso, cabe ao Estado, por meio de uma melhor distribuição de verbas, garantir que os patrimônios estejam em lugares seguros e adequados, com uma infraestrutura de acordo com as normas existentes, certificando-se assim que não sejam destruídos, nem que ocorra uma perda cultural. Ainda, o Ministério da Educação deve promover uma educação, nas escolas, que vise valorizar e prestigiar o passado e as raízes da cultura brasileira, para que, gradativamente, seja ampliado o cuidado de cada pessoa com o que a cerca. Afinal, não queremos cometer o mesmo erro duas vezes.