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Enviada em: 20/04/2019

O incêndio no Museu de Língua Portuguesa na cidade de São Paulo, em 2015. A quase completa destruição do Museu Nacional no Rio de Janeiro, em 2018. Ambos os eventos simbolizam um triste fato: o Brasil não preserva devidamente seu patrimônio histórico cultural. No entanto, esses espaços, aparentemente não vantajosos aos governantes para fins exclusivamente políticos ou financeiros, podem não só trazer melhorias socioeconômicas para uma região, se bem cuidados, como também gerar cidadãos aptos a promover o desenvolvimento da nação Em primeiro lugar, é importante destacar que a opinião de que prédios públicos ligados à arte e à memória são "inúteis", um "fim em si mesmo", como expressada por algumas correntes do Romantismo, parte da população e autoridades, se mostra equivocada. Isso porque abundam os exemplos de localidades que, após a restauração dessas construções, foram completamente melhoradas, atraindo turistas, gerando empregos e reduzindo a criminalidade. Como exemplo, vale citar a revitalização do porto do Rio de Janeiro, região que antes contava com altos índices de criminalidade e abandono e que, hoje, gera renda a centenas de trabalhadores e atrai milhares de pessoas em função de seus museus, espaços de convivência e exposições de artistas independentes. Não menos importante é o caráter progressista das instituições histórico culturais, essencial para um país que busca a prosperidade. Essa condição é mais certamente atingida ao direcionar-se os investimentos públicos para esses patrimônios, haja vista esses serem responsáveis por educar inúmeras gerações com senso crítico e sentimento de pertencimento a sua cidade e nação. Prova disso são países como Coreia do Sul e Finlândia que, apesar de não possuírem potencial econômico algum em seus territórios, alcançaram a posição de países “desenvolvidos” ao concentrar seus esforços e recursos na área educativa e cultural. Nessa perspectiva, um Estado já naturalmente rico em bens naturais como o brasileiro seria certamente um líder global, caso se esforçasse em preservar seu próprio legado. É mister, portanto, que o Governo tome providências visando à conservação do patrimônio educacional do país. Cabendo, então, ao Legislativo, a criação de leis que, por meio de verbas governamentais, garantam uma maior distribuição de verbas a instituições que se encarreguem do trabalho de preservar essas heranças, como o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), com o fito de, consoante o artigo terceiro da Carta Magna, criar um país mais justo, livre e igualitário. Dessarte, essa nação que tanto já perdeu com o fogo pode, enfim, alegrar-se com as tochas do saber.