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Enviada em: 23/04/2019

Gilberto Freyre, em sua obra, "Casa Grande e Senzala", expõe a dicotomia dos povos que formam a sociedade brasileira, suas raízes e aspectos identitários desse povo. No entanto, se tem reverberado na prática empecilhos que não confirmam tal obra sociológica no panorama atual brasileiro, devido imbróglios na preservação memorial e do patrimônio cultural. Nessa conjuntura, não há dúvidas de que o ônus financeiro estatal, bem como massificação cultural externa contribuem para constância dessa problemática no país.    A priori constata-se, que apesar de atributos legais denotarem o garantimento da preservação dos bens tanto materiais quanto imateriais brasileiros, a realidade encontra-se deturpada. Acerca disso, a Constituição Federal, no artigo 216, ratifica proteção assídua do patrimônio artístico-cultural brasileiro, contudo, com a falta de verbas para reformas, atenuação na fiscalização para evitar sucateamento e vandalismos são exemplos que refletem o descaso governamental para com museus e sítios históricos. Com isso, essa morosidade do Estado facilita a continuidade de casos como o do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que em 2018 foi destruído por um incêndio, o qual segundo o Portal Aprendiz, perdeu quase 100% do seu acervo.    Outrossim, além da falta de artificio do Poder Público, a escolha de uma parcela social por comportamentos e valores culturais externos, especialmente, eurocêntricos, favorecem a minoração apreciativa de traços culturais e históricos do Brasil. Nesse ínterim, tal fator é explicado pelo filósofo Theodor Adorno, que expõe as sociedades modernas cada vez mais uniformizadas pela Indústria Cultural, com intenções de controle social e econômico das pessoas. Desse modo, as raízes sócio-históricas e identitárias do país se tornam enfraquecidas e desvalorizadas por uma parte da esfera civil.   Evidencia-se, portanto, significativas dificuldades correlacionadas a memória e preservação do patrimônio cultural do país. Por conseguinte, o Governo Federal, Poder Executivo no âmbito da União, em consonância ao Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (IPHAN), deve destinar um percentual do Produto Primário Bruto (PIB), para garantir reformas, construções e manutenção de patrimônios históricos brasileiros, a fim de minimizar situações como a do Museu Nacional. Além disso, o Ministério da Educação em parceria às escolas em geral, por meio do auxílio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), deve dinamizar a inserção de unidade básica de ensino com arqueólogos e professores de história da arte, por exemplo com o intuito e explanar aos alunos a importância cultural brasileira e sua preservação para que assim, as identidades e raízes mostradas por Gilberto Freyre, sejam mantidas.