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Enviada em: 29/04/2019

Segundo o antropólogo Claude Lévi-Strauss, por meio do entendimento das forças que estruturam a sociedade, como os eventos históricos e as relações pessoais, é possível haver uma correta interpretação do coletivo. Nessa perspectiva, a análise do passado traz o senso de identidade de uma população, e entende-se como esta se organiza. Dessa forma, mostra-se que a preservação dos patrimônios culturais são necessários, para que a sua história possa ser transmitida às futuras gerações. Assim, observa-se que os fatores que impossibilitam a correta preservação devem ser resolvidos, como a percepção da sociedade sobre a problemática, e as medidas públicas ineficazes. Inicialmente, deve-se apontar que, no Ocidente, é comum a percepção de que as construções históricas devem permanecer intocadas para que continuem sendo importantes. Esse pensamento foi combatido pelo filósofo Byung Chul Han, o qual afirma que, monumentos, museus e outras formas de relembrar o passado, não são invalidas ao serem reconstruídas, apenas serão conservadas.Isso pode ser observado no caso em que não há uma tentativa de preservação, e com o tempo, ou esses legados são destruídos, ou perdem o seu valor histórico. Além disso, cabe ressaltar que no Japão, é comum a prática de reconstruir templos antigos há cada 20 anos, com peças idênticas as originais,em que o seu significado não é alterado. Dessa forma, observa-se que a partir da mudança na perspectiva ocidental, e um consequente aumento da preocupação com a continuidade da história do país, será possível estabelecer maiores propostas de preservação. Além disso, cabe analisar a passividade governamental nas políticas públicas existentes. Apesar de ter havido uma maior participação do governo nos últimos anos nas questão dos museus e patrimônios brasileiros, ainda é visto uma enorme ineficácia na proteção desses bens culturais. Isso pode ser visto com o acontecimento de 2018, em que o Museu Nacional do RJ, com peças importantíssimas da história do país, como a carta de abolição da escravatura e da independência, teve parte de sua estrutura e objetos destruídos decorridos de uma má infraestrutura. Dessa forma, observa-se que as atuais medidas e fiscalizações do Estado não tem sido suficientes, e devem ser revisadas. Torna-se, portanto, evidente, que a questão da preservação dos patrimônios históricos do país é essencial. Para que isso possa ocorrer, cabe ao Ministério de Educação, junto às escolas, adicionar na grade escolar dos ensinos fundamental e médio, aulas sobre Conservação e Restauração para que os alunos entendam a importância dos legados no processo de entender a sua própria cultura, e como, mesmo com novas peças, continuam com o seu valor histórico. Além disso, cabe ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, o papel de fazer levantamentos e dados estatísticos sobre as atuais infraestruturas desses bens, para que possa ser observado quais são os que precisam de fundos monetários mais urgentes para que o Estado possa elaborar políticas públicas e doações. Dessa forma, a memória do passado brasileiro irá ser acessível à futuras gerações, e facilitará o entendimento sobre a sua própria sociedade.