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Enviada em: 03/05/2019

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, no contexto da modernidade líquida, a fluidez dos pensamentos promove a constante mudança dos valores sociais visto que, na sociedade contemporânea, nada é feito para durar. Com isso, os patrimônios históricos e culturais do Brasil são dificilmente valorizados pela população haja visto, a predominância do pensamento ''fluido'' que permeia a obsolescência dos aspectos materiais e imateriais de uma sociedade. Dessa forma, a construção da perspectiva cultural nas instituições de ensino assim como a preservação eficaz do patrimônio brasileiro agregam ações adequadas na perpetuação da memória do país.   É notório, em primeira análise, o negligente ensino da cultura brasileira nas instituições escolares visto que, o direcionamento social da instrução em sala de aula não abrange o conhecimento das raízes culturais do país de maneira adequada. Com isso, a educação é transformada num instrumento ineficaz de propagação do saber social contribuindo com o descaso na preservação de museus, bibliotecas, documentos, e outras manifestações históricas de grande relevância à identidade brasileira. Dessa forma, o fomento de um ensino com finalidade de difundir uma conduta social saudável à preservação dos traços culturais do Brasil é fundamental haja visto, que segundo o grande escritor Gylberto Freire, o saber sem finalidade social será a maior das futilidades.      Ademais, em segunda análise, é necessário expandir- para a população- a importância da manutenção do patrimônio brasileiro devido ao vigente abandono dos órgãos públicos responsáveis pela preservação dos traços históricos. Dessarte, é possível reduzir a predominância da moral de rebanho, conceito criado pelo filósofo Friedrich Nietzsche, no qual define o comportamento dos indivíduos, em uma sociedade, embasada no hábito- ou seja - numa rotina norteada pela passividade do corpo social diante dos acontecimentos relevantes, construindo travas no desenvolvimento individual e coletivo, fatores que constroem um Estado impune de atos negligentes contra a preservação do patrimônio histórico cultural.   Diante dos fatos supracitados, cabe ao MEC instituir um programa nas escolas brasileiras que regule a instrução da importância de conhecer todos os elementos culturais do povo brasileiro, estimulando os alunos a apresentação de seminários e atividades que envolvam a comunidade escolar para assegurar um futuro que permeie e valorize os aspectos históricos do Brasil. Em adição, é papel do Poder Público investir intensamente na divulgação, por meio da mídia, de eventos promovidos pelo governo em espaços públicos de relevância social e cultural fomentando uma sociedade que prioriza e desenvolve o senso crítico, fator que possibilita a defesa democrática dos patrimônios do país.