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Enviada em: 25/07/2019

O patrimônio histórico cultural brasileiro está em ruínas e necessita da atenção da sociedade. Nesse viés, ressalta-se a máxima do filósofo irlandês Edmund Burke: “povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”, o que revela a importância reconhecer o passado como fonte de aprendizado, tanto para a compreensão do presente, quanto para o planejamento do futuro. Todavia, os brasileiros estão condenados a repetir os erros já cometidos, uma vez que o descaso com instituições culturais os conduz, progressivamente, à ignorância. Diante da temática exposta, dois aspectos fazem-se relevantes: a negligência do estado e os prejuízos com o vandalismo.       Em primeira análise, cabe pautar que omissão por parte do estado, principalmente no que diz respeito a verbas destinadas a entidades históricas e culturais, é um dos empecilhos vivenciados pelas organizações em questão. Sob essa ótica, consoante o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), dos 3737 museus do país, aproximadamente 60% são públicos e sofrem com cortes orçamentários. Por conseguinte, episódios desoladores, como o incêndio do museu nacional, em 2018, refletem consequências dessas políticas restritivas, haja vista que, caso reparos e reformas tivessem restaurado a infraestrutura degradada do museu, a tragédia poderia ter sido evitada.        Em segunda análise, os casos de vandalismo, frequentemente divulgados nos noticiários, são igualmente prejudiciais ao patrimônio cultural brasileiro. Nessa conjuntura, segundo a Secretaria Municipal de Conservação e meio Ambiente (Seconserma), somente a estátua do poeta Carlos Drummond De Andrade, localizada na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, já foi alvo de vandalismo onze vezes desde sua inauguração e, além disso, os custos com os reparos já ultrapassaram o valor de compra da obra. Percebe-se, com efeito, o desperdício das verbas públicas, dinheiro que, caso não houvesse depredações, poderiam ajudar, por exemplo, inúmeros museus, bibliotecas, praças e teatros, os quais sofrem com a falta de recursos.       Destarte, cabe ao Ministério da Cidadania incentivar, mediante abate nas tributações, que empresas privadas invistam nas instituições de preservação da memória nacional e, dessa forma, possibilite-as exercer suas atividades de forma adequada. Outrossim, cabe ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) orientar as instituições de ensino do país, mediante adesão no currículo escolar, a debaterem, nas aulas de história e sociologia, a importância das unidades culturais na construção da identidade nacional e os prejuízos que o vandalismo causa nos cofres públicos para, assim, desenvolver uma geração de pessoas mais conscientes da importância da história, da arte e da cultura na sociedade.