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Enviada em: 06/06/2019

Na obra " O Manifesto Futurista", redigido pelo escritor Marinette, é proposto a ruptura completa do homem com o passado, através da destruição de tudo o que era velho e venerado, e dando ênfase a dinamicidade do novo século. De maneira análoga, os patrimônios histórico culturais espalhados pelo Brasil vem passando por essa mesma mentalidade de renegação, visto que é perceptível o abandono e a carência de infraestrutura de preservação que valorizem a cultura Nacional frente a era contemporânea. Desse modo, é pertinente avaliar os entraves de cunho governamental, bem como social, que tem impedido o enaltecimento e preservação desses espaços de memória histórico-social.   Convém ressaltar, a princípio, que a Constituição Federal, promulgada em 1988, determina que monumentos, seja de cunho material ou imaterial, tenham a proteção e a valorização do Estado. Contudo, não é isso que vem sendo demonstrado em sua praticidade, haja vista que observa-se com frequência a degradação de inúmeros espaços seculares por  ausência de manutenção ou até mesmo pela falta de função social que esse local traria. Isso pode ser comprovado quando se menciona o incêndio no Museu Nacional carioca, no qual milhares de acervos históricos foram perdidos, devido a negligência de investimentos para a sua conservação. Nesse viés, é notório que as  ações do poder público são fundamentais para a resolução do impasse.   Somando-se a isso, de acordo com o jornal O Povo, com a crescente expansão urbana , em pleno século XXI, muitos patrimônios estão sendo demolidos para a construção de edificações que de maneira abrupta se sobrepõe à paisagem tradicional, levando ao desaparecimento de espaços culturais físicos e memória de uma cidade, visto até mesmo, através do prisma de Marinette. No entanto, os cidadãos ao perderem a experiência e contato com passado, acabam por se tornar, na visão da historiadora Emília Viotti, um povo sem história, ou seja, alheios totalmente a sua identidade nacional. Nesse sentido, é evidente que o patrimônio histórico faz parte da construção da memória coletiva, logo garantir que esses espaços sejam reconhecidos e acessíveis a todos é imprescindível.     Portanto, percebe-se que, promover uma cultura de preservação que envolvam as comunidades e os agentes portadores dos bens de memória coletiva é indispensável. Para tanto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em conjunto com Ministério da cultura, facilitar tombamentos, ou seja, reconhecer o valor histórico e social para a sociedade, além fiscalizar esses espaços com ajuda de historiadores e arqueólogos a fim de que não sejam renegados e esquecidos pelo poder público. Aliado a isso, coordenadores de escolas públicas e privadas, incentivar mais passeios a museus para que a juventude tenha ciência do seu passado, pois sem um passado não há como entender o futuro.