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Enviada em: 02/07/2019

Na obra literária "Raízes do Brasil" de Sérgio Buarque de Holanda o autor discorre sobre a busca da identidade nacional. Para tanto, o livro introduz o conceito de "homem cordial" e a partir dele busca a essência do que é ser brasileiro. Fora da literatura, verifica-se uma ávida procura pela "brasilidade" que, por sua vez, relaciona-se diretamente com a preservação do patrimônio histórico cultural brasileiro. No entanto, tal resguardo enfrenta desafios como o descaso do Estado no que tange à manutenção e divulgação patrimonial da nação  e a valorização da cultura estrangeira em detrimento da nacional.       Em primeiro lugar, cabe ressaltar que durante a Semana de Arte Moderna de 1922 diversos autores se reuniram no Palácio Municipal de São Paulo e proclamaram a ruptura com os tradicionalismos da arte estrangeira e a valorização do fazer artístico puramente brasileiro. Contudo, apesar desse movimento ter sido o precursor do modernismo no Brasil, o Estado continuou a agir com displicência em relação a cultura da pátria. Nesse sentido, conforme postulado pela revista Veja, o descaso recorrente com o acervo do país ocasionou o incêndio no Museu Nacional, considerado pelo conceituado historiador Roberto da Matta "um dos maiores abrigos da identidade brasileira".        Em segunda análise, destaca-se a proliferação de um conceito histórico conhecido como "American Way of Life" que consiste em enaltecer o estilo de vida norte americano e por conseguinte, desvalorizar a cultura brasileira em seu próprio território. Destarte, parafraseando a psicanalista alemã Nathalie Zastlman, o homem é efeito de sua cultura. Dessa forna, a "brasilidade" buscada em "Raízes do Brasil" será plenamente alcançada quando o brasileiro reconhecer e enaltecer seu próprio estilo de vida e toda a sapiência nacional.       Portanto, é mister que o governo federal aliado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) propague nas comunidades escolares  a importância da valorização do vasto patrimônio cultural brasileiro. Por meio da criação de projetos escolares que possibilitem aos alunos vistarem museus e centros históricos nacionais, além da inserção do estudo cultural do território na grade curricular através da distribuição de livros, palestras e oficinas que ensinem a historia do Brasil de maneira não europeizada. Ademais, tais ações devem ser divulgadas no site oficial do governo e expostas em outdoors nas cidades, para que esse conhecimento alcance o maior numero de cidadãos. Sendo assim, a cultura do país será difundida e valorizada, o que propiciará a descoberta efetiva das "raízes do Brasil", da essência do "homem cordial" e saciará a busca ávida e secular pela "brasilidade."