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Enviada em: 08/07/2019

Na obra "Quo Vadis?: narrativa histórica dos tempos de Nero" de Henryk Sienkewicz, o imperador de Roma assiste seu Império arder em chamas enquanto toca sua lira. Do mesmo modo, na contemporaneidade, o Brasil presencia um crescente desmazelo com a história e a cultura nacionais, como em setembro de 2018 com o incêndio do Museu Nacional. Por conseguinte, grande parte da identidade brasileira é perdida, circunstância agravada pela negligência governamental.  Primeiramente, é conhecido o descaso com relação aos patrimônios histórico culturais por parte do Estado. Como resultado, há a degradação contínua de museus, acervos, entre outros, ilustrado por exemplo pela perda de oito museus incendiados nos últimos dez anos. Distinta era a situação do Brasil durante a vinda da família real, em 1808, na qual o desenvolvimento econômico, artístico e científico tornou-se acentuado, de maneira especial no Rio de Janeiro.   No entanto, a desvalorização cultural brasileira é algo crônico em nossa sociedade. Parafraseando o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, o narcisismo nacional encontra-se às avessas, colocando a Europa em posição de superioridade. Tal fenômeno pode ser observado, entre outros casos, no número de brasileiros que visitaram o Louvre em 2017 - quase o dobro das visitas ao Museu Nacional. Dessa forma, visão eurocêntrica é perpetuada e a cultura nacional, desvalorizada.  Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado realizar reais investimentos no âmbito cultural do país, através da destinação de verbas suficientes para tombamentos, reformas e manutenções dos bens patrimoniais. Ademais, cabe às instituições de ensino o incentivo ao reconhecimento da importância da história nacional, com realizações e visitas a eventos socioculturais. Somente assim será possível desenvolver um Brasil no qual o passado não seja descartável, e sim fonte de ensinamentos sobre erros que não devem ser repetidos e conquistas que devem ser valorizadas.