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Enviada em: 13/07/2019

Em meados de 1836, iniciava-se no Brasil a primeira fase do Romantismo, que buscou, por meio da figura do indígena, consolidar a formação de uma identidade nacional após o processo de Independência. Sabe-se, ainda, que a constituição do legado artístico e folclórico brasileiro é ampla e diversificada, graças a contribuição de imigrantes de variadas origens. É, todavia, preocupante que  o rico patrimônio histórico cultural brasileiro seja, em muitas das vezes, desvalorizados pelos próprios cidadãos. Sob essa ótica, torna-se relevante pontuar duas questões: o descaso governamental em relação a políticas públicas artísticas, e o comportamento da sociedade, alheio à cultura.    Em primeira análise, é importante salientar a negligência estatal no que tange o cuidado com patrimônios históricos materiais brasileiros. Isto posto, cabe aferir à Lei Rouanet, criada em 1991, que, dentre outras ações, permite que pessoas físicas e jurídicas destinem a totalidade ou parcelas do Imposto de Renda ao patrocínio a bibliotecas, galerias, espetáculos e outras formas de expressão cultural. Entretanto, mesmo após a criação da lei, em 2018, um incêndio destruiu mais de 20 milhões de itens do acervo cultural do Museu Nacional, que estava há anos sem receber a devida manutenção e inspeção por parte do Governo. Tal exemplo comprova, portanto, a precariedade das políticas públicas destinadas à preservação e proteção a prédios e construções históricas.    À luz desse debate, outro  fator que ganha fundamental relevância é a indiferença, por parte dos indivíduos, à causa folclórica e cultural brasileira. Nesse sentido, destaca-se, por uma perspectiva histórica, a Semana da Arte Moderna de 1922, que inaugurou o  Modernismo no  Brasil e, com ele, o Movimento Antropofágico, cujo objetivo era, por intermédio da assimilação de outras culturas, a estruturação de uma expressão simbólica de caráter efetivamente nacional. Infelizmente, a maioria da população mostrou-se contrária ao movimento e optou por reproduzir hábitos e práticas culturais europeias, em voga na época. Por conseguinte e até os dias atuais, grande parte do corpo social brasileiro não se interessa em conhecer sua própria história, folclore e expressões artísticas.     A problemática da desvalorização do patrimônio histórico cultural do país expõe-se como mais uma chaga social que deve ser combatida. Para tanto, destaca-se a participação dos meios de comunicação em massa na propagação de conhecimentos sobre a história e literatura nacional às crianças e jovens. Tal medida pode ser realizada por meio de aplicativos que divulguem lendas folclóricas e datas históricas comemorativas e expliquem os contextos e significados envolvidos, bem como por intermédio de filmes e seriados baseados em livros de autores brasileiros clássicos. Desse modo, o interesse e cuidado dessa geração pelo patrimônio cultural do país será estimulado e passado adiante.