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Enviada em: 03/08/2019

Durante a vigência da Segunda Fase Modernista, a chamada ficção de 30, por meio de obras críticas, problematizou aspectos da sociedade brasileira. Tomando esse princípio modernista como ponto de partida para fundamentar a discussão acerca da preservação do patrimônio histórico, vê-se, igualmente, a necessidade, hoje, de tecer uma análise crítica. Nesse sentido, é válido compreender a importância desses bens para a formação de uma identidade cultural, bem como reconhecer a ineficácia do poder público nessa questão.    Em primeira análise, é necessário avaliar o patrimônio histórico como a materialização da cultura local. Desse ângulo, o olhar crítico do segundo tempo modernista atesta a existência de uma realidade a ser problematizada, visto que, a sua depredação causa um dano irreparável à sociedade. Isso porque, tais bens, ao representarem a memória social de um povo, carregam as características de determinado local, representando, assim, um elo entre a população e a sua identidade cultural. Dessa forma, o abandono e o descaso com essas estruturas fazem com que ocorra nos indivíduos a desconstrução da ideia de pertencimento a um determinado grupo.   Outro fator relevante, nessa discussão, é a atuação do poder público nesse caso. Conforme defendia o sociólogo Durkheim, o Estado é responsável por garantir o bem-estar social. À luz dessa ideia, vê-se, no entanto, a ineficácia de políticas públicas para a preservação dos patrimônios locais. Tal fato torna-se exposto com a ocorrência de casos como os incêndios no Museu Nacional e no Museu da Língua Portuguesa que denunciaram um cenário de total descaso e abandono. Por conseguinte, devido a não proteção governamental dos bens histórico, a população se vê casa vez mais perdendo a ligação com sua identidade cultural.   Essa conjunção de fatores, portanto, evidencia a existência de entraves a serem superados. Diante disso, cabe ao Ministério da Cidadania, a partir da criação de um projeto de lei, aumentar a verba destinada à proteção do patrimônio histórico-cultural, bem como estabelecer inspeções anuais, visando, assim, findar com o atual cenário abandono e destruição. Ademais, cabe às instituições de ensino, por meio de projetos extraclasse, levar os alunos para visitarem patrimônios locais, assim como fazê-los refletir sobre o tema, com vistas a fortalecer a formação de sua identidade cultural. Com ações desse tipo, será possível findar com esse entrave, de modo a afastá-lo da lista de críticas do segundo tempo modernista.