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Enviada em: 13/07/2019

Parafraseando Selma Lagerlof, escritora sueca, a cultura é tudo que resta depois de se ter esquecido tudo o que se aprendeu. Análogo a esse pensamento, percebe-se a importância da preservação do patrimônio histórico como meio de propagação dos valores socioculturais do país. Dessa forma, observa-se a precariedade de políticas públicas no que tange à questão do legado artístico e o comportamento da sociedade perante à destruição de sua herança. Cabem, portanto, discussões acerca da valorização do acervo cultural brasileiro.    Em primeira análise, é importante ressaltar que em 1934 foi criado o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendo o Brasil pioneiro desse projeto na América, com o intuito de preservar e divulgar a herança material e imaterial do país. Hodiernamente, nota-se a fragilidade da administração das políticas do Estado que se referem a proteção do legado, como foi visto no incêndio do Museu Nacional. Desse modo a materialização da cultura brasileira fica a mercê de problemas gerados pela falta de manutenção adequada, que é vital devido ao fato dos monumentos serem expostos a ação do tempo. Logo, a história cultural é prejudicada posto o caso de desamparo na gerência do patrimônio.     À luz desse debate, ainda infere aludir ao pensamento do escritor Sérgio Buarque de Holanda, que em seu livro Raízes do Brasil tece críticas à acomodação social do povo que é tolerante ante os impasses existentes no país. Dessa maneira, percebe-se que a população é alheia às questões que envolvem as dificuldades com a preservação do patrimônio histórico e cultural do país. Assim sendo, é notório que a alienação à causa é fruto da ausência de formação educacional da cultura do país e o distanciamento que os cidadãos têm com a procura por visitar e conhecer os monumentos históricos. Portanto, a indiferença à arte nacional é fruto de viés institucional e do pouco destaque dado ao valor da expressão artística do país.     Em virtude dos fatos expostos, a valorização do patrimônio histórico torna-se objetivo a ser atingido. Assim, cabe ao Governo Federal a disponibilização de maiores recursos para o IPHAN, com o fito de possibilitar a manutenção do patrimônio regulamente e evitar a ocorrência de desastres que possam destruir as heranças materiais e imateriais do Brasil. Ainda, é importante que o MEC crie nas escolas simpósios educativos com o intuito de oportunizar o conhecimento cultural por parte dos estudantes e gerar aproximação e sentimento de que a cultura nacional pertence à todos os cidadãos. Ademais, é imprescindível que a mídia realize a divulgação do patrimônio brasileiro para que todos os indivíduos saibam dos eventos que acontecem nos locais memoráveis e participem das projetos artísticos. Com a efetivação prática dessas ações será possível vivenciar os benefícios do acesso à cultura.