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Enviada em: 26/08/2019

Segundo o sociólogo Stuart Hall, o processo de interconexão global criou um sentimento de instabilidade na identidade moderna, visto que o indivíduo passou a se distanciar da própria cultura. Em face dessa afirmativa, é possível relacionar a importância da preservação do Patrimônio Histórico brasileiro com a reafirmação da identidade nacional. Todavia, tal procedimento se mostra negligenciado na realidade contemporânea, urgindo o debate acerca da problemática e seus efeitos na manutenção da coesão do Estado brasileiro.    Em primeira análise, constata-se que o Brasil é formado por um território continental e abriga culturas distintas, herança do processo de colonização europeu. Nesse sentido, verifica-se que a falta de unidade do povo brasileiro resulta na dificuldade de se mobilizar acerca de assuntos no âmbito nacional. Destaca-se, nesse aspecto, o incêndio que atingiu o Museu Nacional, causando um dano irreparável à ciência brasileira. Logo, a falta de comoção e sensibilidade por parte da sociedade com o evento confirma que o país falha em atingir status de nação.    Nessa linha de raciocínio, também é válido falar sobre a ineficiência do Estado em promover a preservação do Patrimônio Histórico. A confirmação dessa afirmativa veio com a extinção do Ministério da Cultura no Governo de Jair Messias Bolsonaro, isso porque a perca do status de Ministério reitera a visão de que a cultura não representa prioridade para o Poder Público. Logo, ao desvalorizar à pasta, o Governo permite que a identidade nacional sofra mais intensamente os impactos da interconexão global, reiterando a teoria de de Stuart Hall.   Dado o exposto, fica evidente que a falta de investimentos no setor cultural é um empecilho para o desenvolvimento do país como um todo. Portanto, para mitigar a problemática, o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Cidadania, deve desenvolver projetos de valorização da cultura material e imaterial brasileira, veiculados através da mídia física e online, afim de garantir que a mesma não se perca com o tempo e se distancie da sociedade. Outrossim, o Poder Público, junto ao Poder Legislativo, deve promover o aumento no repasse de verbas destinadas a restauração e manutenção dos edifícios tombados pelo Iphan, para manter viva a história nacional. Dessa forma, acredita-se que no futuro o Brasil possa gozar de uma identidade cultural bem definida.