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Enviada em: 12/08/2019

Segundo Émile Durkheim, ''o homem, mais que formador da sociedade, configura-se como produto do corpo social''. Nessa lógica, observa-se que, ao se discutir sobre a preservação do patrimônio histórico cultural brasileiro, compreende-se que o ser humano, ainda que tenha materializado a cultura, por meio de construções e de obras artísticas, tem dificuldades em conserva-las ao longo do tempo. A partir dessa percepção, cabe esclarecer a importância da preservação dos locais considerados patrimônios nacionais, bem como analisar a falta de consciência de boa parte da população acerca disso no cenário atual, em busca de intervenções eficiente para mudar essa realidade.       Em primeiro plano, pode-se afirmar que o patrimônio histórico é a materialização da cultura e do estilo de vida de um povo e, dessa forma, permite a manutenção da identidade desse ao longo das gerações. Por isso, sua perda pode comprometer a unidade de uma população, assim como seu reconhecimento e seu estudo pelas futuras civilizações. Como exemplo disso, tem-se a Biblioteca da Alexandria, local em que se encontravam inúmeros papiros -documentos escritos- e outras obras, que acabaram perdidas devido a um incêndio no século 3 a.c.. Dessa forma, as consequências dessa perda foram sentidas tanto pelo Império Romano, que perdeu registros de sua história, quanto pelos cidadãos do século 21, que desconhecem parte do passado da humanidade.      Ademais, vale ressaltar que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 4% dos brasileiros têm o hábito de frequentar museus, o que torna evidente a pequena valorização da população com relação a sua cultura. Junto a isso, tem-se a negligência de boa parte dos governantes com relação à conservação desses locais, que recebem menos investimentos que o necessário e, desse modo, ficam suscetíveis a acidentes que contribuem para seu comprometimento. Como consequência, tem-se tragédias como a dos Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que perdeu boa parte do conteúdo histórico brasileiro e mundial no incêndio em 2018.       Diante desse cenário, são necessárias ações que busquem preservar o patrimônio histórico cultural no Brasil. Primeiramente, cabe ao Ministério da Educação a tarefa de incluir mais aulas de campo em museus, teatros e concentos musicais no currículo escolar, buscando o maior conhecimento e a maior valorização da cultura encontrada nesses locais por jovens e crianças. De modo a complementar essa ação, o Governo Federal deve garantir o bom estado dos monumentos históricos que contenham documentos e obras, por meio de maiores investimentos para a sua conservação e manutenção, visando diminuir o índice de acidentes que os comprometam. Com tais intervenções, espera-se um país onde a identidade nacional esteja cada vez mais presente e valorizada.