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Enviada em: 14/07/2018

É inegável que a invenção do automóvel levou a sociedade a outro patamar nas questões de desenvolvimento urbano e ascensão social. Transitar, é hoje, fundamental para as atividades de trabalho, produção e consumo. Contudo, o atual sistema de transporte urbano padece diante da falta e cumprimento de uma política habitacional, e como tal, condena-se em um verdadeiro caos nos centros metropolitanos.        De fato, foi o crescimento desordenado dos centros urbanos desacompanhado de uma política intersetorial que culminou na atual crise urbana. O reflexo dessa emergência são cidades congestionadas, superlotação de transportes coletivos, acidentes de trânsito e poluição ambiental, o que fere gravemente os direitos humanos tangente a saúde e segurança. Como resultado, os gastos para com acidentes e a criação de vias de tráfego são ampliados e tornam-se exorbitantes no atual cenário político-social, formando um ciclo vicioso, oneroso e paliativo.            É indubitável que a problemática do transporte urbano assenta na mudança de um paradigma: a supervalorização do transporte individual. Diante de tantas externalidades negativas do transporte coletivo, como superlotação, dificuldade de acesso, falta de segurança e lazer, é inteligível a valorização da sociedade por um transporte motorizado. Todavia, a repercussão desse pensamento é uma cidade paralisada. Convém, ainda, mencionar que a matriz do transporte no Brasil é rodoviária. A falta de investimentos em outras modalidades de transporte afoga o sistema rodoviário, e como consequência, leva à incapacidade de adequar tamanho contingente populacional.        Compreende-se, portanto, que o atual problema de transporte no Brasil tem causas multifatoriais. Primeiramente, é fundamental que os governos (municipal, estadual e federal) instituam uma política intersetorial (transporte, solo, ambiente, circulação, segurança, lazer) na criação de um ambiente transitável. Do mesmo modo, é fundamental ações estatais que desafoguem o sistema rodoviário e ampliem os sistemas ferroviários, aéreo, aquaviário e dutoviário, visto as potencialidades do Brasil para tais modais. Ademais, os governantes  devem ampliar o acesso aos pedestres por meio da criação de cilofaixas, ciclovias e faixas compartilhadas. Finalmente, é fundamental a inserção da sociedade e da escola na preservação dos meios de transporte coletivo e do ambiente urbano e natural.