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Enviada em: 19/10/2018

A industrialização do Brasil ocorreu a partir do Governo Vargas. Com isso, surgiu um incipiente processo de migração urbana. Posteriormente, Juscelino Kubitschek, como forma de otimizar o desenvolvimento do país, incentivou a instauração de automotivas no território nacional. De lá para cá, a população urbana aumentou de modo expressivo e, como consequência desse fenômeno, emergiu um dos maiores desafios aos gestores municipais: promover a mobilidade urbana. Convém, portanto, analisar alguns desdobramentos dessa problemática no contexto atual.       Como entrave inicial, pode-se citar o elevadíssimo número de usuários do sistema de transporte público. Apenas no metrô da cidade de São Paulo, trafegam, em média, cerca de 4 milhões de usuários diariamente, segundo a companhia que opera o sistema. Para se ter uma ideia desse impacto, basta assinalar que tal contingente é superior a toda população uruguaia. Há, como se vê, uma demanda enorme, que, mesmo num modal moderno, resulta em falhas técnicas, aumentando o tempo de percurso.        Ademais, a política de organização dos espaços urbanos promovida pelo poder público também pode contribuir para o agravamento das questões relativas ao transporte público. A população dos estratos sociais mais baixos, por exemplo, devido ao alto valor de imóveis nas porções centrais dos municípios, habitam nas periferias, a despeito de a maior parte dos empregos estarem localizados na região central. Gera-se, então, movimentos pendulares, aumentando o impacto na malha urbana.        É imprescindível, então, reformular a lógica de ocupação do meio urbano como forma de mitigar o impacto decorrente dos fluxos simultâneos no transporte público. A prefeitura, nesse sentido, mediante a renúncia tributária por um período, deve incentivar a instauração de empresas nas regiões periféricas. Com isso, possibilitar-se-ia ao cidadão adquirir um vaga de trabalho próximo a sua habitação, o que não só diminuiria os fluxos cotidianos, mas também lhe permitiria gozar de um tempo maior em atividades mais prazerosas.