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Enviada em: 08/10/2018

A obra intitulada "A morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstói, discorre a respeito da falta do senso de coletividade e crítica ao individualismo. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre os impasses encontrados no transporte público urbano, a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre mobilidade urbana e isonomia de direitos. Dessa forma, compreender o quesito abordado no âmbito social e político, eis um desafio à contemporaneidade.   Considera-se, antes de tudo, que a garantia da facilidade de locomoção, apesar de crucial, não é prioridade. Trânsito caótico, poluição, supressão da liberdade de ir e vir com dignidade e acessibilidade são alguns dos mais variados exemplos que ratificam o agravamento da problemática. De acordo com o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" corrobora a implementação de âmbitos morais. Nesse contexto, a máxima postulada por Habermas caminha em sentido retrógrado ao tratar-se da temática, uma vez que a mesma dissimula uma ótica dominante que perde a oportunidade de gerar integridade social. Pois, o estado do transporte público reflete ativamente na administração e execução dos direitos garantidos pelo Art. 5° da Constituição Federal Brasileira.       Analisa-se, também, a crise que a nação brasileira enfrenta. Com a chegada de Juscelino Kubitschek ao poder, houve a chegada das primeiras indústrias automobilísticas no Brasil, como, a Ford. Concomitantemente, o gerenciamento de um novo tipo de consumo culminou no fértil terreno para a intensificação dos problemas no transporte urbano. Afinal, o surgimento de carros, ônibus, caminhões, motocicletas, e outros tipos de meio de deslocamento representam a notória necessidade de uma maior gestão adequada da condução urbana. Assim, a atual situação caótica no setor político e econômico brasileiro deixa em segundo plano o tema exposto. Tal fato é corroborado ao citar os dados veiculados pelo jornal, no qual 90% da população coaduna com a melhoria dos meios de locomoção.  Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar viável a equidade e desenvolvimento coletivo. O Ministério das Cidades, junto às ONGs, deve investir e fiscalizar as leis já existentes, na tentativa de cumprir com o legislativo, bem como os direitos básicos, seja por meio da melhoria da acessibilidade aos deficientes, criação de vias destinadas aos ônibus, metrôs, planejamentos que aliem a sustentabilidade ao tráfego urbano e utilização da tecnologia para monitorar aos que infringem as normas, com a utilização do dinheiro dos impostos para efetivar tais políticas. Também, é de suma importância, que a mídia, como grande formadora de opiniões, difunda uma cultura de criticidade, por meio do uso de dados, jornais, documentários e matérias jornalísticas. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.