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Enviada em: 23/06/2017

Superlotação, acúmulo de sujeira, ônibus velhos que quebram no caminho a ponto de os passageiros terem de descer, atrasos constantes, dentre outras são as reclamações dos usuários dos transportes públicos e sob concessão a iniciativa privada, segundo reportagem de uma força tarefa do grupo RBS de Julho de 2016. De certa maneira, isso explica a preferência e o estímulo dados ao uso do carro como veículo principal, e serve como indicador da falta de políticas públicas para melhorar a mobilidade urbana.  É fato que, ao passar do tempo, a mobilidade, especialmente nas grandes cidades, tornou-se um desafio a ser vencido. A grande quantidade de veículos nas ruas causa prejuízo, estresse, perda de tempo, congestionamentos constantes, acidentes e poluição. Notadamente, no Brasil, o transporte público recebe pouco investimento e a preferência pelo carro, incentivada pela grande oferta e variedade de modelos, além da facilidade de aquisição através de financiamentos a longo prazo, só faz sua frota nas ruas aumentar a cada dia, tornando cada vez mais caótico o deslocamento das pessoas.  Nesse sentido, podemos observar que, em São Paulo, maior metrópole do país, a frota de automóveis já ultrapassou os 11 milhões de veículos, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN). A nível Federal, foram quase 164 mil novas unidades a mais nas ruas no intervalo de Junho a Julho de 2015, o que equivale a 5446 novos carros por dia - aponta o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). Considerando os 5561 municípios brasileiros, é quase um carro por dia por município.  Diante do exposto, é fundamental a adoção por parte dos Governos estaduais e municipais, de políticas públicas e campanhas de conscientização, para estimular as pessoas a utilizarem outros meios para se locomoverem. Uma dessas ações é a implantação das ciclovias, vias exclusivas para bicicletas, separadas das pistas por meio fio, garantindo a segurança do ciclista. No transporte público é essencial o investimento em veículos novos, limpos e bem conservados, além da integração dos corredores de ônibus às estações de metrôs e aos trens metropolitanos. Além disso, é necessário restringir o uso do carro através dos rodízios e da cobrança de pedágio para circulação em certas áreas, sem esquecer de permitir o tráfego de caminhões apenas em horários de pouco movimento. Enfim, é preciso sair do ponto morto na questão da mobilidade urbana.