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Enviada em: 20/08/2019

Na série Chernobyl, produzida pela HBO, o drama da maior catástrofe nuclear é remontada em episódios que listam a série de erros que levaram à tragédia. Nesse sentido, a narrativa engloba as dificuldades em que os cientistas são submetidos pelo caráter autoritário de líderes políticos que insistem em ocultar a verdade. No atual contexto brasileiro, é fato que tal problemática também pode ser observada nas constantes violações do governo contra a comunidade científica responsável pelo monitoramento do desmatamento na Amazônia, fato que inviabiliza a questão da proteção da maior floresta tropical frente ao mundo.    Em primeira análise, é importante destacar a importância que a floresta amazônica representa as esferas da sociedade. Desde o projeto de construção da Via Transamazônica, a região permitiu uma maior atuação de atividades sustentáveis que beneficiaram a economia, e, dentre elas, pode-se citar o turismo animal, a extração de substratos vegetais e a pesquisa científica. Consoante a isso, o fato da área ser naturalmente povoada por indígenas permitiu a resguarda e o manejo da cultura e homogeneidade desses povos, que é previsto em Constituição. Dessa forma, a preservação dos limites do território amazônico institui um sério compromisso com a composição socioeconômica do país.    Em contraste ao exposto, atuais posicionamentos do governo vem prejudicando a autonomia dos projetos amazônicos. Recentemente, Alemanha e Noruega, as maiores financiadoras de projetos sustentáveis na floresta, anunciaram o corte de repasses milionários ao Brasil devido as proporções grotescas do desmatamento, segundo o portal de notícias G1. Além disso, a possibilidade da regulação do garimpo em terras indígenas já vem causando a poluição de rios com minérios e, consequentemente, a contaminação das tribos próximas, além dos constantes conflitos entre esses povos. Sendo assim, a posição pseudo-estratégica do governo é responsável pela decadência gradual da proteção amazônica.    Nota-se, portanto, que a atual questão da preservação configura-se como um iminente colapso socioambiental. Para que os direitos ambientais sejam garantidos, urge que o Ministério do Meio Ambiente, por meio de repasses federais, crie medidas contra a devastação - de forma a aumentar a atuação do IBAMA nas propriedades e a monitorar o crime de maneira efetiva com o uso de satélites. Desse modo, será restabelecida a estabilidade florestal do bioma, juntamente com a manutenção de suas populações e seus projetos sustentáveis à benefício do desenvolvimento nacional. Somente assim, fazendo valer tal medida, será possível cessar a dominação autoritária governamental, que assim como proposto em Chernobyl, ainda tentam faze-la contra a Amazônia.