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Enviada em: 20/08/2018

Prostituição: menos Madalenas e Lucíolas     A personagem bíblica Maria Madalena,considerada uma prostituta, simboliza uma prática longínqua. No Brasil, a desigualdade social desencadeia práticas como a venda do próprio corpo, entretanto a criminalização não é uma solução. De fato, assim, a consequência seria combatida, mas a arché— causa primeira—que leva as mulheres a prostituição não seria alterada.     Em primeira análise, pontua-se que a ausência de políticas públicas voltadas às meretrizes atenua a, já grave, situação. O Brasil é um país superpovoado, ou seja, incapaz de assegurar infraestrutura à todos.Por isso, a falta de apoio às minorias desencadeia a necessidade de frequentar subempregos para sobreviver, sendo esse o caso das prostitutas. É necessário, portanto, um governo de— e para — todos, como dito em propagandas do Governo Federal.     Além disso, criminalizar a venda do corpo é uma forma de agressão moral e que, indubitavelmente, não contribui na construção de uma vida mais digna para essas pessoas. A obra literária Lucíola, de José de Alencar, narra a história de uma bela jovem, que ao perder a família, encontra na prostituição uma forma de sobrevivência. Condenar e julgar jovens em situação análoga é, no mínimo, uma prática de indiferença.     É imprescindível, portanto, medidas que resolvam essa calamidade. O Estado deve apoiar a população em vulnerabilidade sócio-econômica, por meio da criação de centros solidários que ofereçam cursos técnicos e profissionalizantes, para que a educação transforme a vida dessa minoria. Outrossim, a mídia deve criar campanhas educativas que expliquem a situação vivida por essas pessoas e como a criminalização e o preconceito potencializam a problemática. Como consequência, o Brasil resolverá, paulatinamente, a questão relaciona a prostituição, assegurando que não existam mais Maria Madalenas e Lucíolas.