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Enviada em: 24/08/2018

A obra "Lucíola", do escritor brasileiro José de Alencar, retrata a vida conflituosa de Lucia, uma jovem menina que ao ver sua família adoecer por conta de um surto de febre amarela encontra na prostituição uma forma de garantir ajuda à família. No entanto, o fato retratado no livro não é exclusivo da época, mas também um problema social vivenciado  hodiernamente. Nesse sentido, a desigualdade social e a busca por um padrão de vida confortável são fatores determinantes que impulsionam a perpetuação do problema.       Não obstante antiga, a ideia filosófica e sociológica de Karl Marx se identifica na atualidade, haja vista a luta de classes decorrente dos meios de produção vigentes, tornando clara a desigualdade social no território brasileiro. Ademais, dados de uma pesquisa elaborada pela ONG Marias revelou que 70% das mulheres que se prostituem não possuem profissionalização. Em consequência disso, a dificuldade em encontrar um emprego fixo sem profissionalização em nenhuma área estimula a inserção, até mesmo de crianças, na prostituição como forma de garantir o sustento de muitas famílias. Analogamente, o aumento de casos de DSTs, a gravidez precoce e o abandono escolar são alguns dos maiores riscos dessa troca de favores sexuais.       Em segundo plano, a lucratividade proporcionada  pelo mercado sexual também corrobora para a continuidade do problema. Muitas pessoas, dentre elas homens e mulheres, possuem profissionalização, todavia, encontram na prostituição uma maneira mais fácil de alcançar um padrão de vida confortável, tal mecanismo é conhecido como prostituição de luxo. Outrossim, além dos riscos que a prostituição proporciona aos envolvidos, deve-se lembrar o grande preconceito social relacionado a causa, sempre associados ao alastramento de doenças, abusos e principalmente a banalização social desses indivíduos, podendo ocasionar, além dos fatos supracitados, diversos transtornos psicológicos.       Destarte, medidas são necessárias para resolver o impasse. Compete ao Ministério do Trabalho aliado a sociedade civil promover projetos de inserção de indivíduos sem profissionalização no mercado de trabalho a fim de garantir maior oportunidade a esses indivíduos. Considerando o pensamento do filósofo Immanuel Kant que diz "O ser humano é aquilo que a educação faz dele", cabe ao Ministério da Educação promover oficinas com famílias e estudantes a fim de alertá-los sobre as consequências do abandono escolar e os riscos envolvidos com o trabalho alternativo ligado a prostituição. Dessa forma, poder-se-á mitigar os problemas atrelados a prostituição, garantindo a harmonia social.