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Enviada em: 21/08/2018

A obra intitulada "A morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstoi, discorre a respeito da falta do senso de coletividade e crítica ao individualismo. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre os conflituosos estigmas que a prostituição carrega a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre tendências retrógradas e hábitos culturais. Dessa forma, compreender o quesito no âmbito social e político, eis um desafio à contemporaneidade.   Considera-se, antes de tudo, que o preconceito, muitas vezes, coaduna com reações de violência física, psicológica e moral. Abusos sexuais que ultrapassam o momento do "programa", xingamentos, marginalização, impasses na saúde e perca da integridade humana são alguns dos mais variados exemplos que corroboram para que a temática transcenda uma decisão individual, uma vez que tais exemplos citados culminam no constante tabu da mesma. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela efemeridade e fluidez das relações. Nesse contexto, a máxima postulada por Bauman ratifica as práticas regressistas da sociedade dominada por uma ótica que perde a oportunidade de garantir o crescimento da discussão acerca do tema como um todo.     Analisa-se, também, como a prática de tal ato gerencia uma indústria global de ilegalidade. Segundo o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" afirma a implementação de âmbitos morais. Concomitantemente, o legado de Habermas é negligenciado ao tratar-se, por exemplo, do tráfico de pessoas usadas para praticar a prostituição e da exploração infantil - tal fato é corroborado ao citar os dados do jornal "El País", onde aponta um aumento de 8% de vítimas desses crimes. Afinal, a propagação dos mesmos lesam direitos inalienáveis garantidos pela Constituição Federal Brasileira.     Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias resoluções para tornar viável a execução de movimentos progressivos ao tratar da problemática. O Ministério Público, junto às ONGs, deve investir e fiscalizar nas leis já existentes, a fim de fortalecer garantia dos direitos individuais, seja por meio da criação de unidades policiais destinadas aos crimes de tráfico, venda e exploração de pessoas,  principalmente, crianças e adolescentes, aprimoramento tecnológico em aparelhos que facilitem as investigações, além da contratação de profissionais qualificados, utilizando o dinheiros dos impostos para que haja um retorno digno. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, por meio do uso de dados, matérias jornalísticas, documentários e jornais utilize o seu canal como vanguarda das minorias, na tentativa de difundir a importância do debate e conscientização sobre as causas e consequências da prostituição. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.