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Enviada em: 22/08/2018

Durante a 2ª Guerra Mundial, o autor austríaco Stefan Zweig migrou-se para o Brasil devido à perseguição nazista na Europa. Bem acolhido e deslumbrado com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje debatido: ''Brasil, o país do futuro''. Contudo, no mundo pós-moderno, quando se observa a vulgarização da prostituição no brasil, percebe-se essa profecia não saiu do papel.  Segundo o sociólogo alemão Dahrendorf, a anomia é uma condição social onde as normas reguladoras do comportamento das pessoas perderam sua validade. Logo, é irrefutável que a legislação brasileira acerca da prostituição se tornou um exemplo dessa anomia, uma vez que a mesma não garante a segurança dos indivíduos que se prostituem e nem proíbe/repudia tal prática. Desse modo, esse impasse legislativo banaliza a prostituição no brasil, prejudicando não só quem pratica, como também a imagem da mulher na sociedade.  Outra questão relevante, nessa temática, é o baixo nível de escolaridade de prostitutos/prostitutas, segundo dados da FUMEC. Depreende-se, então, que a prostituição é uma consequência da enorme desigualdade social existente no brasil, que faz com que crianças sejam obrigadas a largar as escolas para venderem o próprio corpo a fim de terem o que comer. Assim, uma intervenção do Estado em áreas mais carentes do país é imprescindível para transpor as causas da prostituição no brasil.  Nesse sentido, urge que a Câmara dos Deputados, por meio de projetos de leis, altere a legislação vigente sobre a prostituição com o intuito de coibir tal prática. De resto, o Estado deve assegurar os direitos à educação, concebidos pela Constituição cidadã de 1988, em áreas mais pobres do brasil visando evitar a evasão de crianças da escola para que as mesmas não sejam exploradas. Dessa maneira, a prostituição seria, aos poucos, suprimida em território nacional, alem de dar grandes passos em direção ao Brasil tão sonhado por Zweig.