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Enviada em: 22/08/2018

Entre estratégias e táticas de Paulo Freire      A Constituição de 1988 - ordem que garante uma vida digna e plena aos cidadãos brasileiros - tem sido uma das conquistas mais requisitadas até hoje. Entretanto, tal garantia encontra-se ameaçada, uma vez que o estimulo dos pais aos seus filhos para venderem o próprio corpo atrelado ao desejo de poder aquisitivo consolidam-se como fatores que colocaram a prostituição em vigência na sociedade atual. Diante disso, torna-se passível de discussão as questões relacionadas a prostituição no Brasil      No que se refere à problemática em pauta, pode-se colocar como primeira questão a ser analisada, os fatores que levam a família a incentivar seus filhos a se prostituirem. Nesse contexto, a desigualdade social existente no Brasil, somado às precárias condições de sobrevivência é reflexo na grande quantidade de jovens que se prostituem nos meios urbanos. Segundo uma notícia veiculada ao Brasil pela revista Le Monde Diplomatique, em janeiro deste ano, 1 em cada 3 prostitutas afirmam usar esse tipo de "trabalho" como forma de sustentar as famílias, e a maiores destas são adolescentes que possuem baixo grau de escolaridade. Logo, se há a necessidade  tal questão deixar de ser vista como simples roteiro de novela, e passar a ser encarado de maneira séria como um problema de ordem social a ser equacionada e resolvida no cenário em questão.     Indo um pouco mais adiante nessa problemática, a busca por uma melhor condição de vida  pode gerar consequências irreparáveis,bem como a exploração sexual, na vida das pessoas que pretendem usar o corpo como sucesso profissional. De acordo com o Instituto de Pesquisas da USP, no Brasil, por mês sao feitas mais de 200 denuncias de jovens  que são aliciadas e mantidas em carcere privado, sendo que  80% dessas jovens afirmam terem sido induzidas por grandes ofertas de dinheiro e fama. Diante desse cenário alarmante, fica evidente, portanto, que tal situação deve ser eliminada em todas as suas formas e dimensões para que a "homeostase social" seja firmada no dia a dia do brasileiro.     Parafraseando o escritor Paulo Freire, a estratégia é a premissa da vitória. Tomando como norte a máxima do autor, é condição "sine qua non" - indispensável - alternativas concretas e eficazes que resolvam as questões da prostituição no cotidiano. Nesse viés, é indispensável a participação do Estado no investimento em recursos básicos como oferta de emprego, saúde e educação qualificada, no intuito de tirar as famílias da prostituição e seguir uma vida digna. Alem disso, faz necessário a participação da mídia, na criação de propagandas e campanhas contra a exploração sexual, informando sobre a importância de denunciar o assedio no contexto em questão. Somente assim, com as táticas desenhadas no campo de batalha, poder-se-á, como brado retumbante, o grito de Brasil mais resiliente.