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Enviada em: 23/08/2018

Desde o período colonial brasileiro, em que escravas tinham que se submeter às vontades sexuais dos donos, a questão da prostituição se encontra indefinida, negligenciada e marginalizada. Nesse contexto, a troca de favores sexuais por dinheiro não se configura um crime, mas também não é reconhecida como profissão legal pelo Ministério do Trabalho, perpetuando um impasse social no país. Desse modo, a desigualdade socioeconômica e o ingresso precoce dos jovens nesse meio, são fatores que  impulsionam a "vitrine da prostituição".     A priori, a diferença do poder de compra da população brasileira ocasiona  uma busca pelos diversos meios de se obter sustento. Nesse viés, o caminho da prostituição se apresenta como tentador e possível, porém muito perigoso, haja vista que a chance de sofrer agressão , sendo uma prostituta, aumenta em 50%, segundo a Universidade Estadual Paulista. Ademais, para o psicanalista Freud, estar em situação de perigo constante de vida pode provocar distúrbios e depressões. Em decorrência disso, além da exposição às DSTs e o elevado número de abortos, a prostituição traz problemas psicológicos que podem ser irreversíveis.     Outrossim, é inegável que a entrada de crianças na prostituição é algo relevante para se entender a problemática. Assim, o convívio em meios precários e sem educação gera um ambiente ideal para  que jovens optem pelo caminho do comércio do seu próprio copro. Dessa forma, a telenovela da Rede Globo, " Verdades Secretas", denuncia o quão presente e intensa é a prostituição de crianças e adolescentes no país, que se veem obrigadas a adentrar nesse meio em busca de dinheiro para sobreviver. Nessa perspectiva, o número de jovens que vão para esse comércio sexual é cada vez maior e abriga 1,5 milhões de pessoas, de acordo com a Fundação Mineira de Educação e Cultura.     Torna-se evidente, portanto, que a resolução do impasse carece de medidas públicas para garantir a integridade física e mental de cada indivíduo . Destarte, o Ministério do Trabalho e o Poder Legislativo, por meio de projetos de leis, devem regulamentar a profissão como algo autônomo, visando evitar a submissão a bordeis e outros rufiões, além de garantir punição imparcial a quem comete qualquer crime de injúria ou agressão física às pessoas desse grupo. Ademais, os Ministérios da Educação e Desenvolvimento Social, por meio das Secretarias Municipais e psicopedagogos, devem agir nas escolas e ambientes mais precários realizando acompanhamentos e instruindo pais e alunos a respeito dos perigos da prostituição e a necessidade de evitar esse caminho, a fim de proteger o futuro da juventude.