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Enviada em: 28/08/2018

A prostituição, uma das atividades mais antigas do mundo, é desde 2002 reconhecida pelo Ministério do Trabalho Brasileiro como uma ocupação profissional. Essa atividade é mais vulgarmente praticada por mulheres, que através de serviços sexuais procuram obter lucros como dinheiro, favorecimento profissional e bens materiais. Contudo, por trás dos ganhos e luxos que a prostituição oferece, existe um submundo em que as garotas de programa são submetidas à condições desumanas, bem como a escravidão sexual, sustentação de vícios em drogas e contração de doenças.                 Em primeira análise, é perceptível que hodiernamente, o comércio do próprio corpo tem atraído muitas brasileiras devido sua face lucrativa, bastante rentável e organizada. Nela, as garotas produzem ensaios fotográficos para propaganda de seus encontros, apresentam-se sempre bem vestidas, além de acompanhar seus clientes em jantares e viagens. Observa-se esse contexto na novela Segundo Sol, na qual a personagem Rosa, assim como várias mulheres, decide se prostituir para elevar sua condição financeira e viver rodeada de requintes. Sobre esse viés, pode-se também citar o Book Rosa, responsável por gerenciar os programas presentes no mundo da moda, como foi retratado na telenovela Verdades Secretas, em que modelos mantinham relações sexuais com ricos empresários em troca de altas quantias em dinheiro e presentes valiosos.                     Em segunda análise, evidencia-se o lado obscuro da prostituição, na qual muitas mulheres, em busca de saírem da vida miserável que levam, se prostituem em situações deploráveis. Essas geralmente oferecem os encontros por menos de vinte reais, vivem nas ruas, sofrem diversas agressões durante o sexo, carregam vícios em drogas e muitas são traficadas e exploradas sexualmente. De acordo com uma investigação feita pelo Repórter Record nos mangues do nordeste em 2016, a maioria das prostitutas revelaram que faziam os programas sem nenhuma proteção e consequentemente já tinham muitos filhos de pais desconhecidos ou carregavam doenças no sangue como a aids.                Destarte, urgem sinérgicas políticas públicas entre o Governo e a sociedade a fim de converter a problemática abordada. É imprescindível a criação de instituições e ONG's que visam a segurança e o acolhimento das prostitutas, centros de reabilitação para as dependente químicas e programas de saúde que objetivam o combate de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). Ademais, é fundamental que a sociedade compreenda quais são os fatores e impasses que levam tantas cidadãs praticarem tal ato em um país cercado de desigualdades sociais.