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Enviada em: 28/08/2018

Na célebre obra de Machado de Assis "Memórias Póstumas de Brás Cubas" o autor-defunto disse que, não teve filhos e não transmitiu a nenhum ser o triste legado da nossa miséria. Essa postura dialoga com os problemas relacionados à prostituição no Brasil, tendo em vista que, essa temática se intensifica em razão da busca pela ascensão social que se torna cada vez mais árdua advinda da exclusão que o sistema capitalista ocasiona, como também, pela motivação procriada pelas famílias.    Mormente, é preciso dissertar que consoante Émile Durkheim, a família é uma instituição fulcral e uma base para a formação social, contudo, muitos familiares não cumprem seu papel como formadores morais, à medida que, muitas crianças no seu estado de desenvolvimento são instruídas pelos seus progenitores à realização de atos anti-éticos para garantir benefícios e ascendência social e isso, causa a desmoralização da imagem do indivíduo, uma vez que, muitas meretrizes são vistas de forma preconceituosa, suscitando na violência contra essa massa, porquanto, segundo dados da Revista Brasileira de Enfermagem, os casos de agressões contra essas mulheres totalizam em 41%  resultando em problemas inconversíveis, como a banalização da imagem da mulher e a exploração sexual.    Convém mencionar que, conforme o livro "Nos submundos da Antiguidade" de Catherine Salles, a prostituição está intrinsecamente contígua a instável vida das mulheres de Roma e a pobreza existente. De maneira análoga, esse episódio é comum no Brasil hodierno, à proporção que, cônsono Karl Marx, a economia é a base da sociedade e portanto, o capitalismo se resume na busca pelo lucro e na divisão das hierarquias sociais entre o rico e o pobre, logo, a exclusão está fortemente evidente e por isso, muitas pessoas realizam a prostituição como forma de assegurar a sobrevivência, posto que, segundo dados da Fundação Mineira de Educação e Cultura estima-se, que cerca de 83% das mulheres que exercem essa função, estão desempregadas e precisam garantir a  subsistência dos familiares.   Diante dos fatos expostos, é mister que a Escola promova a formação de cidadãos conscientizados e valorizados, por intermédio de palestras e debates em conjunto com a família, sobre essa temática. Ademais, o Estado por sua vez, deve intensificar as leis de proteção, criando delegacias especializadas para atender as vítimas de violência oriunda da prostituição e maiores fiscalizações para a atenuação dos casos de exploração contra os jovens. Outrossim, o Poder Legislativo deve destinar maiores verbas para a criação de cursos profissionalizantes e projetos nas comunidades para ofertar a população maiores oportunidades de ascensão para que a prostituição seja o caminho menos optado. Somando-se a isso, a mídia deve oferecer propagandas a fim de incitar outros meios da busca da ascensão e alertar sobre os casos de exploração para reverter um passado de exclusão exposto por Brás Cubas.