Enviada em: 30/08/2018

No romance Lucíola de José de Alencar, Lúcia é expulsa de casa e encontra na prostituição uma forma de garantir sua sobrevivência. Longe da ficção, infelizmente, esse contexto repete-se na realidade brasileira. Isso porque, é facilita tanto por fatores sociais, bem como pela própria natureza humana. Nesse sentido, é pertinente buscar alternativas que atenuem isso no coletivo.       Em um primeiro plano, convém destacar a condição social hodierna que rege essa conjuntura. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, vive-se no presente uma sociedade líquida, pouco apegada aos seus antecedentes e por isso obcecada pelos produtos recém produzidos. Dessa forma, nessa ânsia consumista capitalista, muitos recorrem a meios consternadores, como é o caso da prostituição no intuito de garantir seu sustento. Esse drama é comum ainda em comunidades abastadas, onde tanto a visibilidade como a coesão social são escassas, fazendo com que vários tornem-se vulneráveis ao problema.       Por outro lado, o comportamento do ser humano influi negativamente na problemática. Segundo o filósofo Arthur Schopenhauer, a vontade é a essência da subjetividade, isto é, a própria essência do "eu" irracional. De maneira análoga, aqueles que são prostituídos ficam passíveis a essa cultura hedonista, isto é, pautada nos prazeres pessoais em detrimento aos coletivos. Um exemplo que ilustra isso é a exploração infantil, uma vez que a figura pueril é inocente e facilmente suscetível a influência de outrém.       Infere-se, portanto, que a questão da prostituição no Brasil é preocupante. Por isso, é necessário que a escola em parceria com o Ministério da Educação instrua, através de palestras e oficinas, o grupo infanto-juvenil a fim de garantir sua proteção efetiva contra o abuso sexual. Ademais, é fundamental que o Ministério da Cultura em conjunto com o governo criem oportunidades de serviços, como cursos e iniciativas profissionalizantes, para auxiliar aqueles que se encontram em vulnerabilidade social e econômica para resguardar a dignidade desses. Só assim, poder-se-á verificar um amparo moral e justo a todos os cidadãos.