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Enviada em: 15/10/2018

De acordo com a tese utilitarista de Stuart Mill, o utilitarismo é realizado com foco nos fins almejados, não tendo relevância a forma de como será alcançada. Sob esse viés, o mercado de trabalho, além de ser escasso no Brasil, é selecionador e apresenta-se injusto quando relacionado à remuneração mediante o gênero. Desse modo, a busca por cargos em ramos da mercantilização corporal torna-se maior diante do afunilado ambiente empregatício associado à discriminação. Contudo, o abuso de menores e o rufianismo são práticas que negligenciam a Carta Magna de 1988 e a dignidade humana, respectivamente. Destarte, a insuficiência estatal no que tange fiscalizações e combates de tais infortúnios reflete o inderrogável descaso para com indivíduos que exercem tal profissão.   A priori, de acordo com a FUMEC, 28% das mulheres brasileiras estão desempregadas e 55% necessitam ganhar mais para ajudar a família. Assim, a inquestionável disparidade de remuneração salarial entre sexos opostos é tida como causa da escolha profissional na prostituição. Ademais, a violência e a gama de incompatibilidades socioculturais, enraizadas através da hierarquização cultural patriarcal, depreciam tal mister que, consequentemente, provocam a degradação espiritual e moral não só da mulher, mas como todo corpo social LGBTQ+.  Outrossim, os indivíduos que aproveitam-se das pessoas sustentadas através da prostituição, negligenciam a lei quando abusam de menores e estipulam salários abaixo do piso salarial, submetendo à um regime análogo à escravidão, consequência assim de um falho sistema trabalhista que não contempla a sociedade como um todo. Complementarmente, a extinção do estigma social sobre essa ocupação é um ponto nevrálgico para relativizar as normas culturais já perpetuadas como padrão comportamental.   Impende-se, portanto, diretrizes a fim de atenuar tal contexto problemático. Nesse sentindo, o Ministério do Trabalho, em conjunto com forças policiais, devem realizar em pontos e locais de mercantilização do corpo, fiscalizações semanais prendam os responsáveis pelo uso de menores, e ''patrões ilegais'' no qual submetem as profissionais do sexo à uma condição subumana. Essas rondas teriam o fito de tornar a prostituição uma profissão menos estereotipada socialmente. O Ministério da Educação tem que proporcionar nos educandários palestras que relativizem o conceito trabalhista, dissociando a cultura hierarquizada à necessidade individual, tal instrução serão acompanhadas por mestrandos em ciências sociais, com objetivo de desenraizar um preconceito velado. Assim, poder-se-á compreender o utilitarismo que a profissão urge no Brasil.