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Enviada em: 09/10/2018

O "habitus", para Pierre Bourdieu, traduz-se como visões socialmente estabelecidas, corroborando para os julgamentos políticos, estéticos e sobretudo morais. Nesse sentido, as agressões e hostilidades vivenciadas por prostitutas são reflexos dessas visões. Mantidas pela comum associação à crimes notadamente condenáveis, assim como também pela passividade governamental.                            Convém ressaltar a princípio, que apesar da prostituição não ser um crime constitucionalmente atestado, seus praticantes são frequentemente tidos como tal, uma vez que é corriqueiro o estabelecimento de associações desse grupo com as DST, exploração sexual e abuso de menores. Sendo assim, o ignóbil pré julgamento é responsável sobremaneira por limitar , via medo, esse indivíduo, que não encontra outra alternativa a não ser perpetuar-se na troca de sexo por dinheiro.                    Além  disso, outro fator impulsionador da violência é a passividade governamental em face dos elevados índices de agressão física e psicológica, que juntas representam cerca de 80% dos casos denunciados de acordo com a Associação das Profissionais do Sexo.Nesse contexto,  o chanceler alemão Bimarck, afirmava que a política é arte do possível. Portanto, é indubitável que falta de falta de punições efetivas, bem como a alegação de crime passional são fatores que contribuem para dinâmica vigente.                               Dessarte, visando desconstruir o Habitus concernente à questão da prostituição no Brasil, é mister a tomada de medidas. O Executivo Federal deverá reduzir os índices de violência para com garotos e garotas de programas. Isso poderá ser feito mediante a criação de ouvidoria especializada em identificar, localizar e punir os agressores. A fim de que eles possam exercer suas práticas com segurança. Ademais, também deverá promover campanhas publicitárias para desvincular a figura desses profissionais aos crimes supracitados.