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Enviada em: 10/10/2018

Perseguida por religiosos na antiguidade, apedrejada na Idade Média e marginalizada na contemporaneidade, esse é um retrato da profissão que acompanhou o homem durante toda história humana, a prostituição. Apesar de secular, essa ainda é carregada de estigmas e tabu e é vista pejorativamente pela sociedade conservadora. Percebe-se que inseridos em uma lógica capitalista uns vendem sua força física ou seu tempo útil, outros seus corpos para realização de atos sexuais, no entanto, observar que muitos indivíduos optam pela profissão como meio de escapar da pobreza, o que os deixa suscetíveis à violência é imprescindível para assegurar seus direitos como cidadãos.       Convém analisar, em princípio, que a prostituição é muitas vezes escolhida dentro de um leque de possibilidades restritas. Deve-se analisar que a dificuldade de ocupar efetivamente o mercado de trabalho é um drama vivido principalmente por pessoas de famílias pobres e que terão mais dificuldade de ter acesso irrestrito à educação, o que torna a venda do corpo como umas das poucas possibilidades de sustento. Além disso, a contribuição da falta de escolaridade se amplia negativamente quando observados os levantamentos do médico Dráuzio Varella, de que uma mulher universitária tem, em média 1,1 filho, enquanto uma com quatro anos de estudo tem 4,4, o que pode contribuir para que essa mulher, sem amparo, tenha na prostituição uma alternativa para a sobrevivência da família.     Pode-se perceber também que muitos transgêneros e travestis veem na profissão uma única possibilidade de subsistência. Nota-se que o mercado de trabalho reproduz sistematicamente preconceitos enraizados na sociedade, o que marginaliza aqueles, mesmo que tenham formação profissional. Ademais, devido à ausência perspectiva, as chances de denuncias de agressões serem feitas diminuem drasticamente, o que expõe essa população  a maior vulnerabilidade em casos de violência. Nesse sentido, o fato de que segundo a Associação Nacional de Travestis e transexuais 90% dessa população ter a prostituição como única forma de obter renda revela uma sociedade intolerante e segregacionista.        Pode-se perceber, portanto, que tal atividade pode refletir mazelas sociais. Concerne ao Ministério do Desenvolvimento Social apurar as áreas com  índices mais alarmantes e conceder aos indivíduos, conforme suas respectivas vontades, auxílio monetário para que esses ingressem em cursos técnicos, ministrados de acordo com a necessidade das empresas das redondezas, visando que essa nova mão de obra especializada ocupe um cargo estável, podendo ascender socialmente. Cabe às ONG's  em parceria com as unidades municipais de saúde fornecer amparo e tratamento psicológico para os profissionais vitimas de agressão.