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Enviada em: 10/10/2018

No século XVI, as doenças sexualmente transmissíveis somaram-se ao puritanismo da reforma religiosa para impulsionar ataques contra a prostituição.No entanto, com a industrialização, o crescimento urbano voltou a oferecer condições de expansão para a prática.Hodiernamente, no Brasil, segundo a Fundação Mineira de Educação e Cultura, estima-se que 1,5 milhões de pessoas vivem em situação de prostituição. Nesse contexto, questões relacionadas demandam esforços no sentido de organizar o cenário atual e garantir os direitos de quem pratica.     Em primeiro plano, é possível observar que o preconceito presente na sociedade motiva a violência e fragiliza a atuação da Declaração dos Direitos Humanos, uma vez que, essa garante direito ao trabalho e ao bem-estar social.Sob esse viés, é notório que uma substancial parcela de brasileiros é incapaz de desconstruir estigmas, isso porque, o conservadorismo impõe uma visão patriarcal que banaliza a figura feminina e suas escolhas.Sendo assim, as profissionais do sexo são marginalizadas e questões como a discriminação e a violência policial são relegadas, o que evidencia a ausência de debates amplos relacionados ao campo da cidadania. À vista disso, é necessário que a integridade de prostitutas seja garantida e ideias pré-concebidas minimizadas.   Concomitantemente essa questão comportamental, quando José de Alencar retrata na obra "Lucíola" uma personagem que viu na prostituição uma salvação para sustentar a família financeiramente, corrobora-se a ideia de que não há oportunidades.De modo semelhante, é indubitável que, na sociedade vigente Lucíola corresponde a situação de diversos cidadãos que enfrentam a falta de profissionalização e a impossibilidade de estudar para alcançar a ascensão social. Nesse processo, questões como o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e a prostituição infantil destacam-se e requerem atenção.   Portanto, medidas são necessárias para minimizar a problemática e garantir que a integridade física e moral de profissionais do sexo seja respeitada.O Ministério da Educação, por meio de palestras e debates, com sociólogos que estudam o exercício da prostituição, deve expor os fatores que colaboram para atividade e a importância de ressignificar a prostituição, com a finalidade de promover a reinserção social.Paralelo à isso, cursos técnicos devem ser financiados, para que os indivíduos possam obter empregos reconhecidos.Outrossim, o Ministério do Trabalho, por intermédio de pontos de apoio em bairros e em redes sociais, no prazo de 2 anos, deve divulgar vagas de empregos e receber currículos, com a  finalidade de incentivar a reintegração. Assim, a formação profissional não será uma barreira e o preconceito será minimizado.Então, Lucíola será apenas uma personagem.