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Enviada em: 11/10/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se importa com o problema do outro. Entretanto, esse ideal encontra-se deturpado no Brasil, uma vez que a exploração sexual e o abuso - vertentes da prostituição - são realidade no país. Sendo assim, é necessário analisar como a precariedade financeira e a recorrente violência interferem na problemática acima.         Como primeira constatação, observa-se que as preocupações associadas à prostituição no Brasil não apenas existem como vem crescendo a cada dia. Por conta disso, é preciso buscar as causas dessa questão, entre as quais emerge como a mais recorrente a dificuldade financeira das mulheres que se prostituem. Isso acontece principalmente em virtude da realidade precária na qual elas vivem, visto que a desigualdade no país favorece o problema e esse trabalho é visto como uma forma viável para ascender economicamente, pois conforme a FUMEC (Fundação Mineira de Educação e Cultura) 28% dessas profissionais são desempregadas.  Esses fatores atuam em um fluxo contínuo e favorecem na formação de um problema social com dimensões cada vez maiores.           Outro fator que merece atenção está relacionado às consequências geradas por esse contexto. Como efeito negativo dessa problemática está o número de casos de violência contra prostitutas. Tal situação ocorre devido à desvalorização que essa profissão traz a mulher, enraizados dos séculos passados, pois conforme disse Pierre Bourdieu, a sociedade tende a incorporar estruturas passadas, e, ainda, os recorrentes casos de abuso e de exploração contra menores que geram problemas psicológicos irreversíveis e a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis (DST's), como sífilis e aids. Exemplos disso podem ser encontrados nas informações divulgadas pela mídia em geral como, por exemplo, na pesquisa realizada pela Revista Brasileira de Enfermagem em que 41% das profissionais do sexo já sofreram algum tipo de agressão.           Logo, medidas são necessárias para resolver o impasse. Em razão disso, o Ministério do Trabalho deve fazer parceria público-privado como empresas gerando, assim, vagas de emprego que realoquem essa mulher no mercado de trabalho, por meio de cursos profissionalizantes gratuitos, a fim de melhorar a realidade financeira sem a prostituição. Ademais, o Ministério da Saúde deve promover palestras ministradas por psicólogos que alertem a sociedade dos casos de violência contra prostitutas e valorização da mulher independente da profissão, através de cartilhas autoexplicativas e incentivo do uso de camisinhas pelas profissionais, com o intuito de evitar a disseminação de DST's. Com isso, a longo prazo, é possível diminuir os problemas relacionados à prostituição no Brasil.