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Enviada em: 14/10/2018

Estabelecida por Newton, a lei da inércia prescreve que a tendência dos corpos quando nenhuma força for exercida sobre eles, é permanecer em seu estado natural. Ao aplicar esse conceito físico no contexto do conjunto de problemas relacionados a prostituição no Brasil, percebe-se que a inexistência de ações corrobora na persistência dessa problemática. Nesse sentido, vale ressaltar a negligência estatal quanto a educação ofertada as mulheres bem como a exclusão das transsexuais.       No Brasil, a prostituição é um mecanismo alternativo de trabalho às camadas mais marginalizadas. De 1500 a 1827, mulheres brancas, negras, indígenas, ricas ou pobres, de qualquer faixa etária, tinham obtenção negada a educação, somente os homens a possuíam. Assim sendo, é possível analisar que o ensino direcionado as pessoas do sexo feminino é um transtorno histórico e recorrente, pois no momento atual não foram tomadas medidas que anulassem tais negligências, já que ainda há obstáculos entre mulheres e o acesso ao conhecimento. Segundo a Fundação Mineira de Educação e Cultura, FUMEC, 70% das prostitutas não possuem sequer um curso profissionalizante e 59% são chefes de família e precisam sustentar seus filhos. Desse modo, na corrida dentro de um amplo mercado de trabalho que busca mão de obra qualificada, a figura feminina é uma das últimas a deixar a largada.      Outrossim, o campo da prostituição engloba também as mulheres transexuais. Proferida por Helen Keller, ativista norte-americana, a frase "O resultado mais sublime da educação é a tolerância" ilustra que, com a carência de estudo a sociedade afasta-se de uma executável equidade. Por consequência, o preconceito acerca das transexuais interfere diretamente em suas vidas sociais, uma vez que para essas, sua orientação sexual influencia diretamente em sua admissão no quesito mercado de trabalho, ambiente em que não são valorizadas e sofrem constantes agressões das mais variadas, tendo como intercorrência a prostituição.      Nesse sentido, para que uma força seja exercida sobre esse corpo inerte e haja mudanças, é imprescritível que novas leis sejam regulamentadas através do poder legislativo, onde o Ministério da Educação imponha que todas as instituições educacionais no país busquem um equilíbrio entre alunos dos sexos masculino e feminino, visando uma maior inclusão de mulheres na educação, profissionalizando-as. Não apenas, deve ser forjado um sistema que seja executado pelo Ministério do Trabalho somado a novas emendas constitucionais, que assegure o direito de trabalho da cidadã trans, no qual tenha como objetivo estimular a contratação da mesma nos mais diversos campos empresariais tendo como consequência a isenção de impostos, pretendendo assim, uma maior isonomia.