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Enviada em: 15/10/2018

O livro Lucíola, escrito por José de Alencar, foi considerado um marco na literatura brasileira por retratar a história de Lúcia, uma mulher que entrou para o mundo da prostituição em face das dificuldades passadas quando era criança. Entretanto, o Brasil vem mostrando a persistência dessa problemática devido ao descaso do Estado em tratar com seriedade essa questão. Nesse contexto, cabe analisar a importância da Escola como fonte disseminadora de conhecimento, bem como o papel do poder público em garantir a igualdade de direito a todos os cidadãos.       Em primeiro lugar, a Escola representa um papel fundamental na formação do pensamento dos jovens, principalmente, insistindo no debate sobre o assunto. Isso decorre do comprometimento em preparar os alunos para a vida adulta, pois, segundo o filósofo Immanuel Kant: "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". Nessa mesma perspectiva, o principal fator que justifica o crescimento do número de prostituições é justamente a baixa escolaridade, a qual impede o acesso ao mercado de trabalho formal. Como consequência disso, muitas pessoas escolhem se prostituirem mesmo sabendo dos riscos da profissão, mas fazem essa escolha por ser um trabalho mais "acessível" e uma alternativa frente ao desemprego.       Além disso, outro fator ligado ao aumento dos casos de prostituição é a desigualdade de tratamento dos cidadãos perante ao poder público. Como comprovação disso, está a marginalização e discriminação feita sobre a população que mora nas favelas e não possuem um acesso adequado à saúde e saneamento básico. Ademais, muitas mulheres, por exemplo, sofrem com o preconceito depositado pela sociedade e são, constantemente, vítimas de violência sexual, mostrando que o Brasil não confere a devida importância para questões minoritárias. Consequentemente, devido a aceitação desse problema como um fato social comum, a rotina fica encarregada de silenciar mais um dos descasos do Governo.        Fica evidente, portanto, a necessidade de medidas para combater esse impasse. A primeira delas deve partir das escolas, e a iniciativa de inserir na grade curricular palestras com pedagogos e psicólogos. Os encontros podem ser abertos à comunidade e possuirão a finalidade de discutir a respeito do assunto e, por meio do auxílio desses profissionais, mostrar diversos caminhos de empregabilidade que não seja a venda do corpo. Já a segunda, é dever do governo dar assistência aos cidadãos, tratando com equidade todas as camadas sociais a fim de diminuir a desigualdade de tratamento. Com tais medidas, a prostituição sofre um déficit e deixa de ser uma escolha pautada nas dificuldades da vida, tal qual como evidenciado na obra Lucíola.