Materiais:
Enviada em: 12/10/2018

Na famosa obra literária de Jorge Amado: "Gabriela Cravo e Canela", o esposo da protagonista utiliza de uma famosa frase para chamá-la para o ato sexual: "Deita-te que vou lhe usar". Analogamente, esse quadro de imposição sobre a mulher é comumente observado nas casas de prostituição. Sendo assim, situações como a violência e o abuso dessas mulheres não devem ser negligenciadas, para que a banalização das prostitutas torne-se ínfima e retrógrada no Brasil atual.     Mormente, consoante a teoria reformista de que os problemas sociais aumentam a pobreza e o número de indivíduos no mundo, é indubitável como realidades socioeconômicas baixas tendenciam o direcionamento de diversas mulheres a prostituição. Isso porque a falta de escolaridade e profissionalização leva a muitas pessoas desse grupo a buscar nessa profissão um meio de ganho. Nesse ínterim, a FUMEC realizou uma pesquisa comprovando que dos 1,5 milhão de indivíduos que se encontravam nesse estado, 45,6% tinham até o primeiro grau e 70% não possuíam profissionalização, logo, demonstrando uma ligação direta entre a prostituição, o desemprego e a pobreza.     Ademais, diante de uma sociedade criada em cima de preceitos patriarcais e machistas, convém frisar que casos de violência contra a mulher são frequentes dentro dos bordéis. Essa verdade é ainda mais agressiva em locais que praticam o rufianismo. Nesse contexto, a novela "Salve Jorge", além de mostrar casos de tráfico humano, também corroborou para ampliar a visão do cidadão brasileiro acerca da vida nas casas de prostituição e de como a violência é comum para as pessoas que trabalham ali. Para constatar isso, a Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) divulgou dados que apontam que apontam que o maior número de casos de agressões são físicos e psicológicos, assim, podem prejudicar futuramente essas vítimas.     Dessarte, é imprescindível, pois, que o Ministério da Educação invista, de maneira mais ampliada, nos locais mais precários dos estados brasileiros, isso através da disponibilização de maiores verbas e do aumento da qualificação profissional dos professores dessas partes do país. Dessa forma, visando melhorar a qualidade de escolarização dessas pessoas, logo, contribuindo para a diminuição de mulheres na prostituição, simplesmente, por falta de oportunidades. Além disso, também é cabível ao Ministério Público a fiscalização de casas de prostituição, isso por meio do direcionamento de Policiais Federais para as áreas mais suspeitas de rufianismo e da implementação obrigatória de psicólogos nesses bordéis. Desse modo, auxiliando a não propagação desse crime e a diminuição dos problemas psicológicos causados pela violência nessas áreas. Diante disso, talvez o Brasil enxergue a prostituição além dos conceitos banalizadores intrínsecos na sociedade hoje.