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Enviada em: 15/10/2018

Na obra cinematográfica "Bruna Surfistinha", a protagonista de apenas 18 anos acaba largando a família e os estudos e se torna garota de programa devido a problemas econômicos. Analogamente, essa perspectiva se enquadra na realidade de muitos jovens brasileiros. Sob tal viés, a prostituição apresenta-se como um desafio no que tange ao cumprimento de garantia dos preceitos éticos e morais. Logo, é essencial pautar como a organização social e a mídia interferem nesse contexto.     Em primeira análise, é necessário constatar como as desigualdades sociais no país contribuem para o avanço dessa problemática. Isso se deve à existência de um sistema econômico falho, no qual poucas pessoas apresentam uma boa condição financeira e muitos mal conseguem sobreviver, pois, conforme defendeu o sociólogo Karl Marx, os valores dominantes são sempre aqueles que melhor servem à classe superior. Diante disso, muitas pessoas necessitadas de uma renda melhor, que não apresentam nenhuma formação escolar ou profissional, acabam por recorrer à práticas de prostituição para sustentar uma família. Nesse âmbito, segundo a FUMEC (Fundação Mineira de Educação e Cultura), estima-se que o Brasil possui 1,5 milhões de pessoas que vivem nessas condições.       Paralelamente, os veículos de comunicação, como programas televisivos e anúncios publicitários também incentivam à libertinagem no país. Nesse contexto, de acordo com o geógrafo Milton Santos, vive-se hoje uma "globalização perversa", em que a busca pelo capital culmina em graves problemas sociais. Sob essa conjuntura, esses meios publicitários promovem uma valorização exagerada do corpo e da sexualidade, exibindo a mulher como se fosse um produto, pois, conforme a revista Inside Brasil apontou, a sociedade brasileira é um caso exemplar de ação capitalista que explora o corpo das mulheres e o erotismo feminino para fins comerciais. Dessa forma, além da degradação espiritual e moral da mulher, a prostituição contribui para vários prolemas sociais como a disseminação de doenças sexuais e o aumento dos casos de aborto.       Dado o exposto, medidas que transformem esse cenário são cruciais. Em razão disso, o Congresso Nacional deve destinar capital que, por intermédio do Ministério da Educação, será revertido em cursos técnicos para a população de classe baixa e em maiores ofertas de emprego, a fim de ingressar a população mais humilde no mercado de trabalho e garantir uma melhor situação econômica para as mesmas. Ademais, a Secretaria de Políticas para as Mulheres em parceria com a mídia, deve estabelecer projetos contra a exploração sexual do corpo da mulher, a partir de políticas públicas no meio televisivo, visando o respeito e a moral ética dessa parcela da sociedade. Assim, poder-se-á alcançar a  verdadeira categoria de Estado democrático de direito.