Materiais:
Enviada em: 14/10/2018

Até Quando?            Repúdio, nojo, desprezo. Sensações de muitos quando escutam "Prostituição". Contudo, de quem é a culpa? Infelizmente, o errado é aquele que vende seu corpo por dinheiro, e não quem perpetua esse mercado. Desse modo, é notório a vulnerabilidade dessa camada, principalmente, perante o corpo social.              A princípio, a sociedade tem-se mostrado como agente ativo na perpetuidade da exclusão desse grupo. Conjuntura que se concatena com o princípio da violência simbólica, anunciado por Pierre Bourdieu, pois o tecido social tem praticado uma forma de violência sem coação física, no entanto causa danos morais e psicológicos. De fato, tal ocorrido confirma-se com dados do portal de notícias G1, segundo este, das vitimas que já sofreram algum tipo de agressão, apenas 26% não se sentiram atacadas psicologicamente.               Destarte, da mesma forma que uma mentira repetida mil vezes converte-se numa verdade, o mal torna-se banal quando é difundido exaustivamente, como já dizia Joseph Goebbels e Hannah Arendt. Isso porque o corpo social exclui parcelas da sociedade sem se incomodar. Infelizmente, constata-se, atualmente, uma supervalorização da função social, assim, quem não está bem posicionado, sob esse critério, vira uma mera sombra social.              Infere-se, portanto, que para aqueles dependentes da prostituição tenham um sinal da própria existência, é preciso, urgentemente, de uma mudança de posição por parte da sociedade. Esse objetivo será alcançado por meio de intervenções na educação. É necessário inserir-se nas instituições de ensino aulas obrigatórias sobre minorias invisíveis socialmente, aliadas às atividades extracurriculares, como acompanhar por um período a rotina de tais pessoas, a fim educar definitivamente essas crianças. Dessa forma, futuramente seus descendentes não permitiriam, nem cometeriam os mesmos erros praticados no século XXI. Afinal, como já dizia o cantor Gabriel, O Pensador, em sua música "Até Quando?": "Não adianta olhar pro chão, virar a cabeça pra não ver/ Até quando vai levando, sem fazer nada?".