A obra "O Cortiço",através da ótica naturalista de Aluísio de Azevedo, mostra o enriquecimento das personagens Leonie e Pombinha por meio da prostituição. Contudo, a realidade das pessoas envolvidas em tal situação nem sempre é próspera, devido ,principalmente, aos fatores que levam a entrada nesse mercado e as condições de vida depreendidas na permanência em tal contexto. Dessa forma, o Estado e a sociedade deve revolucionar sua postura em relação a existência da prostituição, considerando humanamente as questões sociais envolvidas. Em primeira análise, é sabido que a entrada nessa profissão muita das vezes se dá pela falta de opções no mercado formal, exigindo a complementação de renda em cenários como os da prostituição. Logo, em desacordo com a teoria do sociólogo John Rawls, não existem oportunidades iguais para todos os cidadãos, sendo o conceito de equidade uma utopia. Assim sendo, deve existir maior engajamento do Estado nas comunidades mais vulneráveis, garantindo opções de ascensão através da educação. Concomitantemente a esse prisma encontra-se a realidade dos indivíduos que estão na prostituição a um tempo significativo, e encaram a realidade como um ofício. Dessa forma, quando Thomas Hobbes afirmava que a função do Estado ,através do Contrato social, era garantir a segurança, certamente incluía a integridade moral, física e psicológica, o que não acontece para essas pessoas, que são invisíveis ao Estado, estando vulneráveis a incontáveis mazelas. Assim,o mercado da prostituição deve dispor de legislação trabalhista, amparo e visibilidade perante o Estado e a sociedade, existindo o reconhecimento da existência de cidadãos nesse comércio. Faz-se necessário, portanto, que os setores sociais e estatais admitam a existência da prostituição e as questões advindas da mesma. Dessa maneira as Prefeituras devem localizar as regiões marginalizadas e promover cursos técnicos e oficinas de profissões, propondo ,assim, maiores oportunidades de emprego e educação.