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Enviada em: 15/10/2018

Aluísio de Azevedo, em 1890, com sua obra "O Cortiço" expunha a existência da teoria determinista, em que o homem é influenciado pelo meio em que vive. Nesse sentido, questões relacionadas à prostituição no Brasil  tornam-se evidentes, uma vez que muitos indivíduos vendem os seus corpos motivados pelas desigualdades sociais e pela ideologia capitalista.       O filósofo Norbeto Bobbio afirma que a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, capaz de lhe dar direito ao respeito e à consideração por parte do Estado. Nessa lógica, é notável que o poder público não cumpre o seu papel enquanto fornecedor de direitos mínimo, pois há uma falha no sistema econômico, o qual favorece as elites e negligencia os empobrecidos. Dessa forma, uma parcela significativa da população vê na prostituição uma possibilidade de adquirir renda, mais de 1 milhão de brasileiros,  segundo a Fundação Mineira de Educação e Cultura. Como consequência, esses cidadãos ficam sujeitos a condições degradantes de vida, expostos a doenças e agressões, situação que vai de encontro aos direitos humanos.       Outrossim, vale ressaltar que esse problema se agrava devido a busca por ascensão financeira. De acordo com Arthur Shopenhauer, o ser humano é essencialmente vontade, que o leva a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação constante. Partindo desse pressuposto, a sociedade vai ao encontro desse postulado filosófico, uma vez que os indivíduos se vêem diante da perda de limites, no que diz respeito à obtenção de objetos que lhes dão satisfação, submetendo-se, inclusive, ao meretrício para obtê-los. Assim, ao viver em uma sociedade que mede a importância de uma pessoa a partir pelo o que ela possui, contribui-se para que esse impasse perpetue.       Portanto, percebe-se que a questão da prostituição no Brasil ocorre devido a questões sociais e culturais. Para solucionar o problema é necessário que o Ministério da Educação, juntamente com o Governo Federal, destinem fundos para a construção de escolas profissionalizantes, para que a população tenha acesso a uma educação de qualidade e para que possa ter perspectiva de emprego, evitando, dessa maneira, que brasileiros entrem na prostituição. Ademais, as escolas devem desconstruir a ideologia capitalista, por meio da inserção de disciplinas, como filosofia e sociologia, nas grades curriculares, a fim de estimular o pensamento crítico nos educandos e permitir a valorização do indivíduo em detrimento do mercado capitalista. Assim, será possível construir uma sociedade que influencie positivamente seus cidadãos.